Por paulo.gomes

Rio - Policiais da Divisão de Homícidios (DH), com o apoio de PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Camarista Méier, prenderam na manhã desta quarta-feira, um jovem acusado do latrocínio (roubo seguido de morte) do administrador Sandro Dominguez Guimarães de Oliveira, de 26 anos, no dia 9 de maio, na Rua Fábio da Luz, no Méier, Zona Norte do Rio.

Welerson Lourenço dos Santos foi preso nesta quarta-feira%2C no Jacaré. Ele é acusado de roubar e assassinar Sandro Dominguez Guimarães de Oliveira%2C no Méier%2C em maioOsvaldo Praddo / Agência O Dia

Welerson Lourenço dos Santos, 19, foi encontrado em casa, na comunidade da Xuxinha, no Jacaré, a cerca de cinco quilômetros do local do crime. De acordo com o delegado Alexandre Herdy, da DH, a prisão de Welerson será fundamental para o cruzamento de informações que podem esclarecer detalhes e comprovar a autoria do crime.

Uma das linhas de investigação da polícia para se chegar ao suspeito foram os seis antecedentes dele por crimes patrimoniais. As investigações apontaram que três horas após o crime, o acusado vendeu o celular da vítima para uma mulher na Favela do Jacarezinho, comunidade vizinha ao Jacaré. Uma camisa vermelha com a imagem de São Jorge nas costas, que o acusado teria usado no dia do crime, foi apreendida na casa dele.

Ainda segundo o delegado, imagens dos circuitos de segurança do local não mostram o rosto do criminoso, mas são claras quanto a ação. Alexandre Herdy disse que Welerson agiu sozinho, de moto e com frieza, sem chance para a vítima.

"Ele atingiu a vítima com um tiro e a perseguiu ferida. Após o rapaz cair baleado, ele roubou o celular e o cordão de ouro, e atingiu novamente o jovem com outro tiro. Foi um crime frio", classificou Herdy.

Chorando, Welerson negou o crime após a prisão. Ele disse que comprou o celular de um homem por R$ 200, mas acabou vendendo o aparelho pouco depois por R$ 500. Ele justificou a revenda dizendo que havia comprado o telefone de ótima qualidade por um preço menor do que o vendido no mercado. Ele foi levado para sede da DH, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, onde prestará depoimento.

Policiais apreenderam uma camisa que teria sido usada por Welerson Lourenço dos Santos no dia do crimeOsvaldo Praddo / Agência O Dia

O comandante da UPP Camarista Méier, tenente Gustavo Matheus, enalteceu a ação conjunta entre a PM e a Polícia Civil na localização de Welerson. Segundo ele, as investigações da DH apontavam, num primeiro momento, que o autor do crime seria morador do Complexo do Lins ou do Camarista Méier.

"Com as informações da DH e o trabalho de campo da UPP chegamos a prisão deste homem que, pelos dados da delegacia, é o responsável pelo latrocínio deste jovem no Méier", concluiu.

Morte causou comoção

Sandro Dominguez Guimarães de Oliveira foi morto às 6h58 do dia 9 de maio, quando saia de casa na Rua Fábio da Luz para ir à academia. Ele foi surpreendido pelo assassino, que levou o celular e um cordão de ouro da vítima. O jovem morreu no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, após ser socorrido por vizinhos com o apoio de policiais do 3º BPM (Méier)

Na ocasião, o pai do administrador, o técnico judiciário Oduvaldo José de Oliveira, 53, contou que, com o filho caído, o criminoso voltou e ainda pegou o celular que estava com Sandro. “Ele foi roubado de novo, quando estava agonizando no chão. Isso ocorre com muita rotina no Méier. Esses bandidos são como ratos que se espalham”, desabafou o pai, aos prantos. Sandro era filho único.

Por uma triste coincidência, o pai de Sandro tinha alertado o filho na noite anterior sobre o uso do cordão.

“Fui na casa que ele morava com a mãe. Conversamos, e ainda falei como Sandro para ter cuidado e não andar com o cordão. Não sabia, mas estava me despedindo dele. Acho que meu filho não levou a sério o recado, porque ele nunca tinha sido assaltado”, disse Oduvaldo.

Sandro tinha se formado na UniverCidade há dois anos. na época, ele estudava para concurso público. Considerado um rapaz calmo, o administrador pouco saia de casa, segundo seu pai, e nem bebia. “Ele tinha uma preocupação com corpo. Acho que não entendi muito bem ainda o que aconteceu. Olha o presente que o bandido deu para a mãe do Sandro? Mataram o nosso único filho”, lamentou Oduvaldo.

O crime causou comoção nas redes sociais. Oito dias depois do crime, a Associação de Moradores do Méier promoveu uma manifestação reivindicando mais segurança na região. O ato foi convocado pela internet e fechou a Rua Dias da Cruz, a principal do bairro.

Somente em março, de acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP) 133 assaltos a pedestres foram registrados na área da 23ª DP (Méier).

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