Por bianca.lobianco

Rio - Seis meses após O DIA denunciar que traficantes controlavam dois lixões clandestinos no Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, a polícia fechou ontem o maior deles, que fica à direita do antigo aterro sanitário. O outro, menor, foi lacrado dois dias após a denúncia, em janeiro. Ontem, como na época, ninguém foi preso.

Entretanto, a operação, que contou com 40 homens do Comando de Polícia Ambiental da PM e da Coordenadoria Integrada de Combate a Crimes Ambientais (Cicca, que é vinculada à secretaria Estadual do Ambiente), apreendeu seis caminhões e autuou os respectivos motoristas por crime contra o meio ambiente.

Seis caminhões foram apreendidos no Jardim Gramacho%3A motoristas responderão por crime ambientalFabio Gonçalves / Agência O Dia

Cinco deles despejariam lixo extraordinário — hospitalar, químico e entulho de obras — no vazadouro, que, de tão grande, é cercado por um lago de chorume. Um caminhão da Locar, que presta serviço à Prefeitura de Caxias, estava sem o documento que autoriza o trânsito de dejetos e também será autuado; e a empresa, multada. Ninguém na empresa foi encontrado para comentar o caso.

Trabalho especializado

À época, O DIA apurou que traficantes da Favela Beira-Mar, dominada pelo Comando Vermelho, administravam o negócio, cobrando dos caminhões cerca de R$ 80 por tonelada de lixo, enquanto que, nos locais adequados e aut</MC>orizados pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), a tonelada chega a custar R$ 400.

“A demora para o fechamento ocorreu pela dificuldade da operação, já que este vazadouro é bem maior do que o outro”, explicou o coronel José Maurício Padrone, chefe da Cicca, apontando para os montes de lixo. Alguns deles, vistos da altura da rua, chegam a cinco metros. O custo para recuperação do local, segundo o engenheiro do Inea Claudio Barbosa de Oliveira, pode chegar a R$ 40 milhões, já que, diz ele, exige trabalho especializado para a retirada do chorume. Também não há previsão de quando começará a remoção do lixo. “Tentaremos incluir o projeto no PAC 3, que será lançado em agosto”, disse o vice-prefeito Laury Villar.

Barras de ferro foram instaladas para impedir a entrada de caminhões. A medida, porém, não é ainda a solução. “Precisamos instalar câmeras para identificar os veículos”, explicou o secretário municipal de Segurança, coronel Mário Sérgio.

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