Rio - A Bélgica ganhou uma espécie de vila na Zona Oeste do Rio. Cerca de 500 belgas estão acampados no Camping Clube do Brasil, no Recreio, em frente à Praia da Macumba. O espaço reservado para os “diabos vermelhos” — como são conhecidos os torcedores belgas — soma oito mil metros quadrados — 10% da área total — e é separado por grades. Ganhou até nome: DeVillage (junção dos termos em inglês ‘Devil Village’, ou Vila dos Diabos). A entrada é exclusiva, a segurança é privada, as barracas são padronizadas e com identificação alfanumérica. Até a cerveja o grupo trouxe da Europa.
“É mesmo uma espécie de quartel-general da torcida belga. A reserva do camping foi feita pela Confederação Belga de Futebol, que contratou uma empresa holandesa para organizar a viagem. Este acampamento é inspirado em um camping promovido por holandeses desde a Copa de 2006, na Alemanha, que, este ano, foi montado em São Paulo”, conta Jokko de Wit, um dos organizadores do acampamento belga.
“Estamos sendo muito bem recebidos. Os brasileiros são gentis. Porém, temos uma barreira, que é a língua”, disse o belga Uerellen Guy.
Mas nem tudo são flores, sobretudo para aqueles que pagaram até R$ 13.500 por passagem, ingresso para os jogos da primeira fase e alojamento. Queixas comuns se referem à falta de internet, energia, limpeza de banheiros e até de estruturas. O telão e o palco foram concluídos na sexta-feira, dia 20. E estava faltando a cerveja gelada: os tonéis da Jupiler, patrocinadora do acampamento, estavam em falta.
Do lado não-belga do camping, brasileiros e outros estrangeiros dizem estar gostando da convivência. “A integração está bacana, a convivência está ótima. Fizemos vários amigos. Estamos aprendendo e ensinando”, afirma o brasileiro Edison Fernandes. “Está sendo um sonho. Todos estão me recebendo muito bem. Não há o que reclamar”, diz o chileno Julio Cuevas.