Por paulo.gomes

Rio - Principal templo do futebol do planeta, o Maracanã passou por uma reforma bilionária para ficar à altura de sediar a final da Copa do Mundo. Os gastos motivaram críticas e protestos que levaram milhões às ruas de várias cidades do país.

GALERIA: Mesmo após reforma bilionária, Maracanã tem setores abandonados

O mínimo que se esperava após quase R$ 1,5 bilhão investidos é que o estádio estivesse em condições impecáveis. O DIA flagrou, no entanto, áreas completamente degradadas, cheias de entulho, lixo e fezes, além de instalações elétricas expostas e acabamento malfeito.

Banheiros sujos e abandonados estão em áreas degradadas e escondidas dos frequentadoresCaio Barbosa / Agência O Dia

O espaço onde funcionava o antigo Museu Mané Garrincha está abandonado. Funcionários novos e antigos acham que o local deveria ter sido preservado. Ou, pelo menos, limpo. Este setor, largado às traças, está cuidadosamente oculto aos olhos do torcedor.

Os responsáveis pelo descaso lavam as mãos. A Fifa, que durante a Copa responde pelo estádio, passa a bola para a Concessionária Maracanã — formada por Odebrecht, AEG e IMX —, que o arrendou ao governo estadual.

Em nota, a concessionária admite que a área “não foi objeto da reforma do Maracanã”. Além disso, diz que o “Projeto Básico das obras incidentais do Complexo Maracanã foi aprovado pela Casa Civil do Governo do Estado do Rio de Janeiro. O projeto agora está sob análise de órgãos de licenciamento”, explica o texto.

O engenheiro Ícaro Moreno, presidente da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio (Emop), responsável pelas reforma, disse desconhecer qualquer tipo de obra inacabada e que tudo foi entregue em perfeitas condições. Informado sobre as imagens feitas pelo DIA, Ícaro Moreno mudou o tom: “Depois da Copa a gente resolve o que tiver que ser resolvido e conclui o que tiver de ser concluído”, disse.

Museu ficou para depois do grande evento

O projeto do novo Museu do Futebol, que deveria ser um dos atrativos turísticos do Complexo do Maracanã para a Copa do Mundo, ficou para uma próxima oportunidade. Assim como as reformas do Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Julio Delamare. Mesmo com quase R$ 1,5 bi gastos.

De acordo com a Concessionária Maracanã, o novo museu, que será chamado Museu Maracanã, deverá ser construído no terreno onde ficava a antiga sede do Ministério da Agricultura, na Rua Mata Machado, que fica próxima ao estádio. Parte do acervo do antigo museu está na nova sede da CBF, na Barra da Tijuca.

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