Rio - O descaso com partes do Maracanã abandonadas e escondidas do público, apesar dos cerca de R$ 1,5 bilhão gastos na reforma do estádio, revoltaram o deputado Chiquinho da Mangueira, idealizador do Museu Mané Garrincha. Como O DIA revelou na edição de ontem, o local está destruído.
“Isso é um desastre. Uma vergonha. Um crime contra a memória do futebol brasileiro. Até as marcas dos pés dos maiores craques do mundo que estavam na Calçada da Fama sumiram. Pergunta se alguém sabe onde está. Ninguém sabe”, lamentou Chiquinho, ex-secretário estadual de Esportes e atual presidente da Comissão de Esporte e Lazer da Assembleia Legislativa do Rio.
Procurada pela reportagem do DIA, a CBF admitiu desconhecer o paradeiro da Calçada da Fama. O Consórcio Maracanã, atual responsável pelo estádio, informou ignorar o desaparecimento de peças, e não soube precisar o destino dos “pés” da Calçada da Fama.
Segundo a assessoria de imprensa do Maracanã, apenas os pés de Pelé, Garrincha e Roberto Dinamite estão em exposição no hall. Em nota, informaram que “parte do acervo pertencente ao estado já foi passada para a concessionária e está em análise de museólogos para catalogação e verificação da necessidade de restauro. Outra parte do acervo do Maracanã ainda está sob tutela do estado”.
A Secretaria da Casa Civil confirmou que o estado ainda detém parte do acervo do antigo Museu Mané Garrincha, mas também não soube precisar se neste acervo estão as peças da Calçada da Fama, e que elas podem estar com a concessionária.
“Sumiu. Não tenho nem palavras”, disse Chiquinho.
Tour no estádio é suspenso
Em plena Copa do Mundo, o Maracanã está fechado para os turistas nos dias em que não há jogos. O visitante que quiser conhecer o estádio terá de voltar depois da Copa. A concessionária que administra o estádio informou que o passeio foi suspenso pela Fifa e que voltará a ser realizado tão longo termine a Copa do Mundo.