Por nara.boechat

Rio - A Polícia Civil investiga se a morte do surfista e grafiteiro João Marcello Vieira Lago, de 27 anos, foi causada por um menor de 12 anos que recebia abrigo na casa dele há cerca de uma semana. De acordo com familiares, X. teria confessado em depoimento na 16ª DP (Barra da Tijuca) que empurrou a vítima do costão da Pedra da Gávea durante passeio na terça-feira passada, dia 1º. A intenção do menino seria roubar o aparelho celular e a bicicleta de João. A informação não foi negada pela polícia, que se limitou a informar que ‘o caso corre sob sigilo de investigação’.

João%2C após acolher moradores de rua%3A ‘Queria pagar colégio para eles’Reprodução

Ainda de acordo com familiares, a localização do corpo de João — sábado, após sete horas de trabalho dos bombeiros — também teria sido informada pelo menor, que se encontraria num abrigo e teria sido autuado por ato análogo ao crime de homicídio. A apreensão dele não foi confirmada pela polícia.

“João Marcello era um rapaz de Deus. Sempre gostou de fazer caridades. Voltou há três meses do Havaí, onde disputou torneios profissionais de surfe, e se converteu à igreja evangélica no domingo anterior à morte, apesar de ter recebido formação católica. Ele pensava só em fazer o bem”, contou a mãe de João, Márcia Valentina.

Emocionada, ela disse que, cerca de uma semana antes da morte filho, foi informada de que ele havia hospedado duas crianças moradoras de rua em sua casa, na Barra da Tijuca.

“Orientei que não fizesse a coisa de forma tão rápida, mas ele passou a amar os meninos”, garantiu. Nas redes sociais do surfista, eram muitas as fotos de X. e de outro menino que também estaria presente na cena do crime.

Num vídeo onde as crianças aparecem lanchando, João explica como os conheceu: “Conheci eles há um tempo lá na Praça do Ó (...) Queria poder pagar um colégio bom pra eles. Amém”, postou há duas semanas.

A localização do menor teria sido informada pelo outro menino, que presenciou o empurrão. Este, também de 12 anos, que não teria tido participação no crime e teria, inclusive, devolvido a bicicleta roubada à família. Por conta dos ferimentos, durante o sepultamento, o caixão ficou fechado.

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