Por paulo.gomes

Rio - O Plantão Judiciário do Rio de Janeiro negou na terça-feira habeas corpus ao franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana, suspeito de participar de um esquema de venda de ingressos para a Copa do Mundo, desarticulado pela Operação Jules Rimet, da Polícia Civil. Segundo o Tribunal de Justiça, a desembargadora Cristina Tereza Gaulia, argumentou que o pedido tinha os mesmos fundamentos de solicitações de habeas corpus já negadas pela Justiça.

Na terça, também foi negado um pedido de habeas corpus para Júlio Soares da Costa Filho, um dos 12 suspeitos do esquema. Os dois estão presos junto com os nove suspeitos devido a mandados de prisão temporária emitidos pelo Juizado do Torcedor.

Franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana é apontado como o chefão do grupo. Ele teve na terça-feira a liberdade negadaSeverino Silva / Agência O Dia

O décimo-segundo suspeito de integrar o esquema, o britânico Raymond Whelan, que havia sido preso na tarde da segunda-feira, foi solto por determinação da desembargadora Marília Castro Neves Vieira, depois de pagar uma fiança de R$ 5 mil e deixar seu passaporte sob os cuidados da Justiça.

O delegado Fábio Barucke, da 18ªDP (Praça da Bandeira) deve encaminhar ainda nesta quarta-feira o relatório final do inquérito sobre a Operação Jules Rimet, indiciando os 12 por associação criminosa e cambismo (venda ilegal de ingressos) e pedindo sua prisão preventiva.

Executivo senegalês pode virar alvo da polícia

O esquema de desvio de ingressos pode envolver um executivo envolvido em outro escândalo. O executivo senegalês Papa Diack, representante da Pamodzi Sports Marketing, já foi acusado de envolvimento num esquema com desvio de fundos públicos e da própria Fifa, em 2005. Na época, a agência prestava serviços ao Ministério dos Esportes do Senegal e à seleção do país.

Entre os ingressos apreendidos, a polícia encontrou entradas destinadas à empresa, que teve 350 pacotes de ingresso de primeiro escalão para 18 partidas diferentes. Papa Diack é filho de Lamine Diack, presidente da Federação Internacional de Atletismo. Além da Pamodzi Sports Marketing, a Fifa irá bloquear os ingressos de outras três empresas. Entre elas, a Atlanta Sportif International, que pertence a Lamine Fofana.

A Match Services, empresa onde trabalha o executivo Raymond Whelan, informou que Whelan conhece Lamine Fofana há 14 anos. E que os dois já foram parceiros em projetos envolvendo futebol. O delegado Fábio Barucke, da 18ª DP, acredita que o ‘tubarão’ da Fifa só foi solto porque a Justiça não conhecia os detalhes da investigação e não teve acesso às provas.

Com informações da Agência Brasil

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