Por paulo.gomes

Rio - Um vídeo que está circulando na Internet mostra o exato momento da confusão entre torcedores em Copacabana, no final da tarde de terça-feira, durante o jogo entre Brasil x Alemanha, pela semifinal da Copa do Mundo. Segundo informações da Polícia Militar, uma briga de torcedores gerou uma correria na Avenida Atlântica, porém, não houve arrastão. Sete pessoas foram detidas por furto e encaminhadas para a 12ªDP (Copacabana).

A confusão começou próximo ao Fifa Fan Fest onde torcedores brasileiros e alemães assistiam a eliminação da equipe de Felipão do Mundial, por 7 a 1. Inconformados, brasileiros hostilizavam os alemães, arremessando latas de cerveja contra a torcida adversária. “Moro no Brasil, mas sou alemão. Pena esse comportamento”, lamentou Otto Harbort, 19 anos, estudante de Economia, que mora em São Paulo há nove meses.

Com a confusão, cadeiras alugadas por camelôs, a R$ 30, foram derrubadas. Mães corriam com os filhos que choravam por causa do tumulto. “Vou embora. A festa acabou”, disse uma senhora apressada, carregando duas crianças no colo. O policiamento foi reforçado em toda a orla.

Muitos foram embora antes do início do segundo tempo, como o balconista Felipe de Almeida, 23 anos, que fez um caixão para enterrar a Alemanha. “Sem palavras”, se limitou a dizer. Com problemas cardíacos, o torcedor Wilamy Saboia, 56 anos, foi amparado pela esposa Ivone. “É a Copa mais humilhante da minha vida. Nunca vi nada igual. Nem a derrota para o Uruguai em 1950 foi tão vexatória”, disse.

Desolada, de costas para o telão e rezando durante todo o segundo tempo, a moradora de Copa Maria Bicardi, 52, foi consolada por amigos. “Ainda não deu para acreditar. Parece pesadelo”, lamentou. O adolescente Cristiano Rangel, 13, chorou muito. “Não quero mais pensar em futebol. Ser goleado dentro de seu país é muito cruel. Os jogadores deveriam honrar a camisa. Faltou vontade e o povo brasileiro é o que mais sofre. Não ligam para nossas lágrimas?” Quem se importou foram os alemães. “Nunca veremos isso de novo. Foi algo surreal. Estou sofrendo, pois tenho muito carinho pelos brasileiros”, disse o alemão Steve Seven, 39, morador do Rio há dez anos.

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