Rio - O desembargador Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, aceitou o pedido da defesa de Danúbia de Souza Rangel, mulher do traficante Antonio Francisco Bomfim Lopes, o Nem da Rocinha, para que ela cumpra pena domiciliar, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Ele será monitorada por equipamentos eletrônicos.
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Na decisão, decretada no último dia 2, o magistrado afirmou que Danúbia, em liberdade, não colocará risco a ordem pública ou na aplicação da lei. O desembargador explicou a mulher de Nem tem uma filha de quatro anos e que ela, segundo avaliação médica, vem sofrendo inúmeros transtornos desde a prisão da mãe.
Siro ainda diz que o direito de convivência familiar é "tão importante quanto o direito à vida, à saúde, à dignidade, ao respeito e à liberdade". O magistrado ainda destaca que, como determina o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), todo menor de idade deve ser criado no seio da família.
"Primeira-dama da Rocinha"
Em março deste ano, durante uma operção da Polícia Federal, Danúbia foi presa em sua residência, em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, acusada de repassar orientações de Nem para os demias integrntes da quadrilha na comunidade Rocinha.
Chamada de ‘primeira-dama’ ou ‘xerifa’ da Rocinha, ela ainda é investiga por lavagem de dinheiro. Também são alvos os advogados Demóstenes Dantas Cruz e Luiz Carlos Azenha, além do traficante Anderson Rosa Mendonça, o Coelho, e outros integrantes da quadrilha.
Em 2011, Danúbia já havia sido investigada devido a suspeitas da mesma natureza em inquérito da Polinter, na Polícia Civil. Segundo os policiais, ela usufruía do dinheiro arrecadado com a venda de drogas para ostentar luxo na favela.
A prisão
Danúbia de Souza Rangel foi localizada em novembro de 2011 no interior da favela da Rocinha, Zona Sul do Rio. Na ocasião, ela estava em uma casa em cima do salão de beleza da sua cabelereira de confiança. A ação foi realizada pelo Bope e foi conduzida com a irmã Telma para a 15ª DP (Gávea) para prestar depoimento.
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Aos agentes do Bope, Danúbia contou que voltou a Rocinha para ver a filha, que estava com a avó. No momento da chegada dos policiais, ela estava com a irmã e mais duas pessoas. Ainda de acordo com os agentes do Bope, ela exibia aparência mais discreta do que mostrava antes da pacificação na Rocinha.