Por nicolas.satriano

Rio - O grupo com cerca de 300 pessoas cercado por homens do Batalhão de Choque na Praça Saens Peña, na Tijuca, Zona Norte do Rio, dispersou na tarde deste domingo, depois que policiais lançaram bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo contra os manifestantes. Um homem com camisa da Argentina foi preso durante o protesto.

Polícia cerca protesto na Tijuca

Grupo faz manifestação contra a Copa do MundoAlessandro Buzas / Agência O Dia

Além de policiais do Choque, a cavalaria também esteve presente durante a confusão na praça, que continua ocupada pelos policiais. Inclusive, agentes revistaram pedestres que se sentiram seguros para circular na Saens Peña depois do término da confusão e chegaram a exigir a apresentação de comprovante de residência e documentos de identificação para que moradores chegassem em casa.

O grupo de manifestantes que dizia integrar o coletivo "Copa na Rua" se concentrou na Praça Afonso Pena, na Tijuca, para protestar contra os gastos do governo na Copa do Mundo, na manhã deste domingo. Por volta das 11h, havia cerca de 70 pessoas no local. Eles pretendiam seguir até o estádio do Maracanã, onde mais tarde entraram em campo as seleções da Argentina e Alemanha, em jogo pela final da Copa do Mundo.

Ativistas presos em operação são transferidos para Bangu

A manifestação era composta por integrantes do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência (Sindisprev), do Comitê de Solidariedade à Luta do Povo Palestino - RJ e por professores grevistas da rede municipal de ensino. Eron de Melo, o já conhecido "Batman das manifestações", também estava no local. O grupo partiu ao meio dia da Praça Afonso Pena, em direção à Praça Saens Peña, onde esperavam se juntar a outros manifestantes e, só então, seguir para o estádio.

Manifestantes protestam na TijucaSaulo Stefano / Agência O Dia

Os manifestantes carregavam faixas com frases em protesto contra os gastos da Copa e um boneco como representação de Eduardo Paes com a camisa da Argentina, em alusão à história de que o prefeito se "mataria" caso os argentinos vencessem a Copa.

'Libertem os presos políticos. Ditadura nunca mais'

O grupo, que ao meio dia já era composto por 100 pessoas, saiu da Praça Afonso Pena em direção à Praça Saens Peña. Os manifestantes seguiram pela Rua Dr. Satamini, que chegou a ser parcialmente interditada, segundo o Centro de Operações da Prefeitura do Rio. Militantes do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) também se uniram ao grupo. Entre eles estava o vereador Renato Cinco, do PSOL.

Ao chegar à Praça Saens Peña, os manifestantes se juntaram a integrantes da Frente Independente Popular (FIP). Os integrantes do protesto também carregavam uma faixa preta com os dizeres em letras brancas: "Libertem os presos políticos. Ditadura nunca mais", uma referência aos manifestantes presos neste sábado em operação da Polícia Civil, onde 17 pessoas foram presas, inclusive a ativista Eliza Quadros Pinto Sanzi, conhecida como Sininho. Outras nove pessoas que não tiveram os mandados de prisão cumpridos são consideradas foragidas pela Polícia. Naquele momento, um contingente de 290 polícia militares acompanhou o protesto pela Rua Dr. Satamini.

Quando os manifestantes chegaram à Praça Saens Peña, foram recebidos por aproximadamente 500 policiais e homens do Batalhão de Choque. Ao final do protesto, o número de policiais já somava 1.500.

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