Rio - O desembargador Siro Darlan, da 7ª Vara Criminal, concedeu, nesta terça-feira, habeas corpus para dez ativistas presos no último sábado por suspeita de prática de atos violentos em manifestações. De acordo com Darlan, não havia fundamentação para a prisão dos manifestantes. Ainda segundo o desembargador, não consta o nome da ativista Elisa Quadros, a Sininho, dentre os que receberam liberdade provisória assinada por ele. Os pedidos de liberdade concedidos foram todos os que a ele foram entregues.
Cerca de 500 manifestantes fazem um protesto em frente à Câmara de Vereadores, no Centro do Rio. Eles se concentraram em frente ao Tribunal de Justiça do Rio e depois seguiram em passeata pela via. Chamado de "Ato pela libertação das presas e presos políticos!", o protesto, organizado pelas redes sociais, reivindica que todos os 19 manifestante sejam soltos. Durante a passeata, as avenidas Presidente Antônio Carlos e Rio Branco foram interditadas, provocando grande congestionamento.
Na descrição do evento convocado através do Facebook está prevista a ocupação da Avenida Presidente Antônio Carlos. A Polícia Militar e homens do Batalhão de Choque estão no local.
As prisões foram resultado da operação Firewall 2, coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI). A operação foi deflagrada sábado e envolveu 25 delegados, além de outros 80 policiais civis. A 27ª Vara Criminal emitiu 26 mandados de prisão; há nove foragidos. Os investigadores apreenderam máscaras de proteção contra gás, joelheiras, gasolina dentro de garrafa plástica, maconha, jornais e uma bandeira do Movimento Estudantil Popular Revolucionário (MEPR), além de revólver calibre 38.
ARMA CAUSA POLÊMICA
Para rebater as acusações da polícia, o advogado Marino D’Icarahy explicou que a arma de fogo apreendida foi encontrada na casa de uma menor, de 16 anos, e pertence ao pai dela. “Foi recolhido um revólver velho, com registro vencido, mas no nome do pai dela. Estava guardado na gaveta dele, mas pegaram esse revólver e colocaram na conta da menina. Isso é totalmente kafkiano”, disse o advogado.
Outro caso que gerou reclamação dos defensores foi o da radialista Joseane de Freitas, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). De acordo com o advogado Lucas Sada, responsável por sua defesa, é difícil entender a acusação porque a decisão judicial não é clara sobre as condutas.
“Nem tive acesso a todo o inquérito. A ordem jurídica é bastante genérica e vale para os 26 suspeitos. O texto tem uma página e um parágrafo”, contou Sada.