Por felipe.martins

Rio - A Justiça atendeu a um pedido do Ministério Público (MP) e determinou, na sexta-feira, a prisão preventiva de 23 ativistas acusados de participar de protestos violentos no Rio — entre eles estão Caio Rangel e Fabio Raposo, que respondem pela morte do cinegrafista Santiago de Andrade, da Band, em fevereiro. A decisão ocorreu poucas horas após o desembargador Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal do Rio, conceder habeas corpus para cinco integrantes do grupo, entre eles Elisa Quadros Pinto Sanzi, conhecida como Sininho, que ainda permaneciam na cadeia.

Eles haviam sido presos no sábado na Operação Firewall,da Polícia Civil. Agora, com o despacho do juiz Flavio Itabaiana, da 27 ª Vara Criminal da capital, ela, considerada uma das líderes das ações, continua atrás das grades.

De acordo com Itabaiana, a decisão deve-se à ‘periculosidade dos acusados’. “Em liberdade, certamente encontrarão os mesmos estímulos para a prática de atos da mesma natureza. Assim, como a periculosidade dos acusados põe em risco a ordem pública, deve-se proteger, por conseguinte, o meio social”, justifica o magistrado

Sininho foi presa em Porto Alegre, sábado, na casa do namorado: suspeita de comandar atos violentosJosé Pedro Monteiro / Agência O Dia

Os réus integram o grupo que teve prisão temporária decretada no último dia 12, durante a Operação Firewall, e que foram beneficiados por habeas corpus. Os mandados de prisão já foram expedidos. O MP denunciou 21 pessoas por associação criminosa armada, em decorrência de atos violentos ocorridos nas manifestações no estado, e concordou com pedido da Polícia Civil, que teve o inquérito concluído ontem, de prisão preventiva dos acusados.

Na denúncia, o promotor Luís Otávio Figueira Lopes, da 26ª Promotoria de Investigação Penal, afirmou que, de junho de 2013 até o momento, o grupo tinha como objetivo praticar, em manifestações, crimes como: posse de artefato explosivo, corrupção de menor, dano básico e qualificado, resistência e lesão corporal (consumada e tentada). Tais atos, segundo o MP, em geral, são praticados por indivíduos que adotam a tática denominada black bloc.

Os 23 denunciados pelo MPRJ são:

Elisa De Quadros Pinto Sanzi, Vulgo "Sininho”, Luiz Carlos Rendeiro Junior, Vulgo "Game Over”, Gabriel da Silva Marinho, Karlayne Moraes da Silva Pinheiro, Vulgo "Moa", Eloisa Samy Santiago, Igor Mendes da Silva, Camila Aparecida Rodrigues Jourdan, Igor Pereira D’Iicarahy, Drean Moraes de Moura Corrêa, Vulgo "DR", Shirlene Feitoza da Fonseca, Leonardo Fortini Baroni Pereira, Emerson Raphael Oliveira da Fonseca, Rafael Rêgo Barros Caruso, Filipe Proença de Carvalho Moraes, Vulgo "Ratão", Pedro Guilherme Mascarenhas Freire, Felipe Frieb de Carvalho, Pedro Brandão Maia, Vulgo "Pedro Punk", Bruno de Sousa Vieira Machado, André de Castro Sanchez Basseres, Joseane Maria Araujo de Freitas, Rebeca Martins de Souza, Fabio Raposo Barbosa, Caio Silva Rangel.

O Ministério Público não incluiu na denúncia os indiciados (pela Polícia Civil) Luiza Dreyer de Souza Rodrigues, Gerusa Lopes Diniz, Ricardo Egoavil Calderon, Vulgo “Karyu”, Tiago Teixeira Neves da Rocha e Eduarda Oliveira Castro de Souza, por entender que não existem nos autos elementos seguros no sentido de atestar sua participação na incitação da prática de condutas criminosas ou, de qualquer modo, na prática direta de tais condutas.

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