Por adriano.araujo

Rio - Assustados com a crescente onda de violência e o aumento do poderio bélico de criminosos, moradores da Baixada Fluminense, São Gonçalo e Itaboraí, na Região Metropolitana, vivem a expectativa de que ações definitivas de segurança pública cheguem às suas regiões, para, principalmente, livrá-los da opressão do tráfico de drogas. Em três municípios, essa possível ‘libertação’ está traçada e planejada pela Secretaria de Segurança Pública na forma de três novas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e uma Companhia Destacada.

Previstas para saírem do papel até o ano que vem, as três novas unidades fora da capital, juntas, beneficiariam mais de dois milhões de pessoas.

Confira onde ficarão as novas UPPsArte O Dia

Se o plano da secretaria tivesse sido cumprido à risca, as comunidades do Salgueiro, em São Gonçalo, VilaTiradentes, em São João de Meriti, e Gogó da Ema, em Belford Roxo, teriam ganhado suas UPPs em abril e maio deste ano. Havia até data para as ocupações da polícia e, posteriormente, as inaugurações das sedes. No entanto, a onda de crimes praticada por bandidos do Complexo da Maré ‘furou a fila’ das intervenções policiais e adiou o sonho de paz de moradores da Baixada e São Gonçalo.

Sem efetivo formado na Polícia Militar para fazer as três unidades, além da Maré, o planejamento foi adiado. A previsão é de que esta última — já ocupada pela Força de Pacificação do Exército — receba sua UPP no primeiro semestre de 2015. O conjunto de 15 favelas deve ganhar uma sede e pelo menos mais duas bases avançadas, com um efetivo total em torno de 1.500 policiais militares. Após esse prazo, o plano da secretaria prevê que as novas ocupações sejam feitas.

Enquanto o governo do estado adiava a retomada dos territórios, a população via os índices de criminalidade darem saltos nas regiões de um ano para outro. De janeiro a maio, período em que seria ocupada, a área da 74ª DP (Alcântara), que corresponde ao Complexo do Salgueiro, por exemplo, registrou 1.330 roubos a pedestres e 67 homicídios. No mesmo período de 2013, foram 942 roubos e 64 mortes. Já em São João de Meriti, o número de pessoas assaltadas nas ruas pulou de 913 nos cinco primeiros meses do ano passado para 1.538 casos em 2014, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP).

?Itaboraí terá Companhia Destacada

?Itaboraí, na Região Metropolitana, também está na fila para receber intervenções da Segurança. Mas ao município será destinada a instalação de uma Companhia Destacada, fechando um cinturão de segurança que distribuiu cinco unidades semelhantes entre Niterói e São Gonçalo. Os locais contemplados foram Pendotiba, na Região Oceânica, as comunidades do Fonseca e Estado, em Niterói, além da Coruja e Jóquei, em São Gonçalo.

A ideia é que a nova unidade ajude no combate ao tráfico e criminalidade da região, além de enfraquecer a atuação das quadrilhas. Pelo planejamento da polícia, a unidade contará com cerca de 100 militares. Na região de Itaboraí vivem pouco mais de 225 mil moradores.

Fora da capital, a comunidade Vila Ruth, em São João de Meriti, também ganhou uma Companhia, em fevereiro. Um mês antes, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, dera indicações de que as populações da Baixada Fluminense e de São Gonçalo também estariam incluídas na lista de projetos do órgão. “Chegou a hora de São Gonçalo e Baixada serem contempladas”, disse Beltrame, à época.

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