Por thiago.antunes

Rio - Pelo menos 400 manifestantes fazem ato, na noite desta terça-feira, em frente ao prédio do Tribunal de Justiça, pedindo a liberdade dos 23 ativistas capturados na Operação Firewall 2, da Polícia Civil, que chamaram de presos políticos. Com cartazes, gritos de guerra e usando um carro de som, os presentes também se declararam contra a criminalização dos movimentos sociais.

GALERIA: Manifestação no Tribunal de Justiça

Manifestantes limpam o chão em frente ao Tribunal de Justica do Rio durante ato contra a prisão de ativistasPaulo Campos / Agência O Dia

Eles lavaram a frente do edifício com água e desinfetante. Há lideranças de partidos, como o Psol e o PSTU, e sindicalistas no local. Policiais do 5° BPM (Praça da Harmonia) e do Batalhão de Choque estão nos arredores. Até o momento, não há registro de confusão. Por volta das 18h40, os ativistas fecharam a Avenida Presidente Antônio Carlos. Às 19h10, o grupo caminhou pela Rua da Assembleia e chegou na Avenida Rio Branco, em direção à Cinelândia. O comerciante Pablo Rodriguez, o Homem-Aranha das manifestações, procurou a reportagem e negou que tenha  desacatado policiais no protesto do dia 23 de junho. Ele relatou ter sido agredido e reagiu à abordagem. Seu registro de ocorrência foi arquivado.

Por volta das 19h30, os manifestantes ocuparam as escadarias da Câmara dos Vereadores em um ato simbólico, já que nesta terça-feira o movimento Ocupa Câmara faz um ano. Os PMs seguem acompanhando os ativistas.

Terça decisiva

Esta terça-feira é decisiva para os 18 manifestantes considerados foragidos pela Justiça. Eles tentam um novo habeas corpus que os deixe em liberdade, mas, antes que a decisão judicial ocorra, eles podem voltar para cadeia caso a polícia consiga localizá-los. Diligências em vários pontos da cidade acontecem com o objetivo de levar os ativistas de volta à prisão.

Acusada de liderar ações%2C Sininho teria cogitado o nome de Fábio Raposo%2C preso como coautor da morte de cinegrafista%2C para chefiar grupoJosé Pedro Monteiro e Daniel Castelo Branco / Agência O Dia

Ao todo 20 manifestantes entraram com pedido coletivo de liberdade. Não constam os nomes da advogada Eloysa Samy, que nesta segunda-feira procurou o consulado do Uruguai para pedir asilo político, assim como da dupla acusada de provocar a morte do cinegrafista Santiago Andrade: Fabio Raposo e Caio Silva. A advogada é defendida pela Comissão de Prerrogativas da OAB que ainda não definiu se entrará ou não com um pedido de habeas corpus.Ela e mais um casal de ativistas saíram do consulado no carro da deputada estadual Janira Rocha (Psol) na noite desta segunda-feira

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A decisão caberá novamente ao desembargador Siro Darlan, da 7ª Vara Criminal. Na semana passada, ele concedeu habeas corpus para todos os ativistas presos por, segundo ele, haver falta de elementos suficientes que justificasse a continuidade dos manifestantes na cadeia.

Dois ativistas conseguiram habeas corpus na segunda-feira

A 38ª Vara Criminal concedeu habeas corpus, na noite desta segunda-feira, aos ativistas Igor D'Icarahy e Camila Jourdain, presos desde a última sexta-feira. Os dois, e mais 21 pessoas, foram apontados pelo Ministério Público como responsáveis por promoverem violência durante os protestos no Rio, que começaram no segundo semestre do ano passado. No entanto, Igor e Camila têm outro mandado de prisão preventiva e aguardam pronunciamento do desembargador Siro Darlan. Eles seguem presos em Bangu, na Zona Oeste do Rio.

Na decisão, a juíza Gisele de Guida Faria destacou que "a defesa dos indiciados demonstrou que os mesmo possuem endereço fixo e ocupação lícita. Inexiste nos autos qualquer indicativo de que os indiciados representam perigo para a ordem pública ou que tal medida extrema seja necessária à instituição criminal".

Os dois terão que cumprir medidas cautelares, como apresentar-se mensalmente em juízo, do dia 1º ao dia 10, e manter seus endereços atualizados.

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