Por paulo.gomes

Rio - Os dois guardas municipais que apreenderam o menor que ainda não foi identificado no caso Sumaré chegaram no início da tarde desta quarta-feira na Divisão de Homicídios (DH) da Capital, na Barra da Tijuca. Eles serão ouvidos com o objetivo de tentar ajudar na identificação do adolescente, que foi levado e logo depois liberado pelos policiais militares Vinicius Lima Vieira e Fábio Magalhães Ferreira, no Morro do Sumaré, em junho.

Os dois guardas municipais estiveram nesta quarta na DH para prestarem depoimento no caso que investiga dois PMs que mataram um menor no Morro do SumaréSeverino Silva / Agência O Dia

Os PMs são acusados de levar três menores para o local e matar um deles. O vídeo que mostra uma viatura da PM levando os três adolescentes a um penhasco no alto do Morro do Sumaré, onde um deles apareceu morto cinco dias depois, levou a polícia a suspeitar que haja outras ossadas na área. Agentes da DH vasculharão, nos próximos dias, a região onde foi abandonado o corpo de Mateus Alves dos Santos, 14 anos, para tentar achar outras vítimas.

“Vamos fazer uma varredura, para tentar achar ossadas. Mas o mais importante é acharmos o outro garoto desaparecido”, explicou o delegado Rivaldo Barbosa, responsável pela investigação.

Na tarde de terça-feira, os PMs também estiveram na DH, mas deixaram a delegacia sem prestar depoimento. Eles requisitaram formalmente o pedido para serem ouvidos na sexta-feira quando terão tempo hábil para consultar os advogados.

Mateus Alves morreu ao ser baleado na cabeça. Um adolescente de 15 anos levou um tiro no joelho e outro nas costas. Ele se fingiu de morto para escapar. Outro jovem acabou liberado pelos policiais e agora está sendo procurado pela polícia para depor.

Os PMs Vinicius Lima Vieira e Fábio Magalhães Ferreira são os principais suspeitos de assassinarem um menor no Morro do SumaréJosé Pedro Monteiro / Agência O Dia

Os PMs estão presos preventivamente na Unidade Prisional (antigo BEP), acusados por homicídio qualificado, ocultação de cadáver e tentativa de homicídio qualificado. O vídeo feito pela viatura mostra quando o cabo Lima para o carro, às 9h31, para que o cabo Magalhães saia da viatura, com um fuzil.

Depois da captura de dois suspeitos e de outro adolescente, levado na viatura porque estava olhando a cena, Lima faz uma proposta ao colega de farda: “Vamos lá para cima?”. Magalhães concorda, com surpreendente naturalidade: “Descarregar a arma um pouquinho”, diz. O colega dele, então, sentencia: “Jogar (os corpos) lá de cima”. “Infelizmente, temos policiais ruins, ligados ao crime, verdadeiros bandidos. Mas a polícia que praticou essa barbárie foi a polícia que os prendeu”, disse, na segunda-feira, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame.

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