Por thiago.antunes

Rio - A agressão a jornalistas por manifestantes e parentes dos ativistas libertados ontem causou indignação em colegas, associações de classe e gerou reprovação do presidente do Instituto de Defesa dos Direitos Humanos (IDDH), o advogado João Tancredo, que é ex-presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil. O IDDH está ao lado dos manifestantes desde o começo das passeatas, em meados de 2013. Tancredo disse que lamenta o ataque. “Se queremos liberdade de manifestação, precisamos zelar e defender a liberdade de expressão, cujo maior expoente é a imprensa. Além disso, os profissionais estão exercendo seu direito de trabalho e dando voz aos manifestantes”.

Em Bangu%2C amigos e parentes de ativistas soltos agridem jornalistas para impedi-los de trabalharAndré Luiz Mello / Agência O Dia

O cinegrafista do SBT Tiago Ramos se feriu no confronto. “Pensei que iam me chutar, pisar em mim. Se não fossem os colegas, não sei o que poderia acontecer”, relatou Ramos que se machucou na boca, no braço e tornozelo. Ele foi levado para um hospital particular.

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Fotógrafo do DIA, André Mello teve a máquina danificada. “Cerca de 30 manifestantes tentaram impedir que a imprensa registrasse imagens dos três ativistas. No tumulto, além do meu equipamento atingido, uma familiar avançou com o carro, quase ferindo um dos repórteres que estavam no local”, relatou.

Sindicato vai receber ativistas

A presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio, Paula Máiran, terá uma reunião hoje na sede da entidade com representantes dos manifestantes. O encontro já estava marcado antes das agressões sofridas ontem por jornalistas e está mantido. Paula fez, entretanto, questão de condenar o episódio de ontem. “Rechaçamos qualquer agressão. Isso extrapola o direito de luta. O papel da imprensa precisa ser fortalecido”, alegou ela.

Paula ofereceu apoio jurídico do sindicato para qualquer profissional que tenha sido agredido. “Seja por manifestante, seja por policial, estamos ao lado dos jornalistas com auxílio jurídico, criminal ou cível, além do trabalhista que normalmente oferecemos”. O advogado João Tancredo acredita que a violência leva a população a condenar as manifestações. “É uma atitude reprovável e, com o perdão da palavra, burra, pois tudo que a polícia quer é motivo para criminalizá-los (os manifestantes)”.

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