Por thiago.antunes

Rio - Traficantes que ‘brincavam’ de manusear arma de fogo em uma boca de fumo em Nova Brasília são apontados por testemunhas como autores do disparo acidental que tirou a vida da estudante Cátia Valéria Borges Alves, de 27 anos. A jovem foi encontrada morta dentro de casa. A comunidade, do Complexo do Alemão, conta com uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

“Ela estava sentada no sofá da sala quando foi baleada. O tiro varou a porta e acabou acertando minha filha na nuca. Foi um único tiro”, conta o pai, Cláudio Borges, de 50 anos, lembrando que a filha se dedicava a um curso de Farmácia e planejava começar a trabalhar em breve.

Nova Brasília conta com UPP%2C mas tráfico persiste na comunidadeBanco de imagens

“O pior é que meu neto Kauan, de 3 anos, estava em casa no momento em que mataram a mãe dele”, completou o motorista, muito abalado. “A gente cuida dos nossos filhos, faz o melhor para que cresçam bem, se casem. E, depois que a gente acha que estão encaminhados na vida, vem um bandido e nos tira o que temos de mais importante”, lamentou. Transtornado, o marido de Cátia, que preferiu não falar com a reportagem, a todo momento olhava fotos da esposa e do filho no celular, enquanto aguardava pela liberação do corpo, no Instituto Médico Legal (IML).

Através de nota, a Coordenadoria das UPPs informou que moradores acionaram a polícia na manhã desta sexta para falar sobre o ocorrido, na região conhecida como Divineia. A jovem já estava morta quando a PM chegou ao local. Ainda segundo o texto, não houve registro de confrontos na região no momento do crime, o que reforça a tese de que o disparo teria sido acidental.

A Delegacia de Homicídios assumiu o caso e já começou a ouvir testemunhas. De acordo com os investigadores, o laudo cadavérico deve ficar pronto na segunda-feira, quando haverá possibilidade de especificar o modelo da arma utilizada. O enterro de Cátia é hoje, às 11h, no Cemitério de Inhaúma.
Um homem que preferiu não se identificar disse que traficantes andam com armas à mostra na comunidade Nova Brasília e que ameaçam moradores que se aproximam de policiais militares.

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