Por thiago.antunes

Rio - Correr contra o tempo talvez seja o maior desafio da delegada Juliana Emerique de Amorim Coutinho. Apesar da grande demanda de inquéritos, investigações e registros, ela teve o trabalho reconhecido e embarcou, no início do mês passado, para Antigua, na Guatemala. Lá ela recebeu o prêmio anual Altus Global Alliance, atribuído à 52ª DP, em Nova Iguaçu, pelo título de Melhor Delegacia do Brasil de Atendimento ao Público, em 2013.

A bonificação é fruto do trabalho que foi desempenhado no período em que era titular da 52ª DP, onde ficou no comando por dois anos e meio. “É uma felicidade que não cabe no peito. Além disso é grande impacto na carreira”, resume a defensora que já tem no currículo mais de 15 premiações e que agora exerce o cargo na 53ª DP, em Mesquita.

A delegada Juliana Emerique%2C sobre o preconceito contra a Polícia Civil%3A “Quando olho para trás%2C vejo que essa má impressão perdeu força”Divulgação

De acordo com Juliana, seu projeto ‘Conhecendo a Polícia Civil’ foi o fator determinante para que a 52ªDP fosse reconhecida mundialmente. A iniciativa apoia-se em diversas formas de aproximação da rotina dos policiais com a comunidade. E partiu da própria delegada com o objetivo de “desmistificar o trabalho dos agentes civis e remover a imagem ruim intitulada pela sociedade em relação à ineficiência da segurança pública no país”.

“Ainda há um grande preconceito sobre a Polícia Civil. Entretanto, quando olho para trás e lembro das pessoas que tive o prazer de ajudar e, ainda, dos títulos que já conquistei, essa má impressão perde um pouco de força”, menciona. Outro entrave que passou pelo caminho de Juliana foi o preconceito por ser mulher. Entretanto, ela conseguiu ultrapassá-lo. “Sou dedicada no que faço e as mulheres conseguem assumir qualquer cargo”, conta.

Há 22 anos, Juliana dava os primeiros passos para ingressar na carreira de advocacia. Consequentemente, ela realizaria o sonho do pai, que sempre almejou ser delegado. “Quando minha família soube que seguiria carreira em advocacia, logo surgiu uma preocupação. Meu pai, porém, me deu todo o suporte de que precisava”, conta.

Atuando na 53ª DP, ela criou, também, um núcleo de atendimento à mulher — NUAM — para suprir a necessidade do município nestas questões. Além disso, a delegada comenta que os policiais do departamento recebem orientações para lidar com as demais queixas recebidas no dia a dia e garante, sem qualquer modéstia, que “meu grupo tem a sensibilidade para o crime”, diz.

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