Rio - Líder nas pesquisas de intenção de voto para o governo do Rio, o deputado federal Anthony Garotinho (PR) conseguiu arrecadar em menos de um mês R$ 3 milhões para os cofres de sua campanha. O valor corresponde a um terço do dinheiro doado até agora à reeleição da presidenta Dilma Rousseff.
Tesoureiro do PR no Rio, Carlos Carneiro explicou que os R$ 3 milhões são fruto de doações depositadas na conta do diretório nacional do partido. Esses recursos foram repassados ao diretório estadual da legenda. Nestas eleições, Garotinho é o único candidato do PR a governo de estado com chances reais de vitória e, portanto, um dos mais beneficiados pelos recursos arrecadados pela direção nacional do partido.
“O valor de quanto cada um doou e de onde veio o dinheiro só aparecerá em novembro, na prestação final de contas”, disse o tesoureiro.
Adversário de Garotinho na corrida pelo Palácio Guanabara, o petista Lindberg Farias e arrecadou até o momento R$ 525 mil _ o correspondente a apenas 0,87% dos R$ 60 milhões de teto de gastos previsto por sua campanha. Do total recebido por Lindberg, R$ 475 mil foram repassados pelo diretório nacional do PT. Apenas duas empresas aparecem na lista de doadores: a AVM Digital Comércio de Aparelhos Telefônicos Ltda e a E Digital Comércio de Aparelhos Telefônicos Ltda, com doações de R$ 25 mil cada uma. As duas têm sede em Niterói.
A campanha começou oficialmente há um mês, época em que Garotinho e os demais candidatos estipularam o limite de gastos com as eleições. O deputado estabeleceu o teto de R$ 25 milhões de despesas para tentar ser novamente governador do Rio. Os R$ 3 milhões doados nesta primeira fase da campanha representam 12% do valor total previsto por Garotinho.
O prazo para a entrega da primeira prestação de contas ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ) termina hoje, e a maioria dos candidatos deixou a tarefa para a última hora. Marcelo Crivella (PRB) entregou sua declaração na terça-feira, segundo a coordenação de campanha. Mas ele preferiu não divulgar quanto foi angariado. “Só posso dizer que está tudo certinho e dentro do prazo”, desconversou o advogado do candidato, Márcio Vieira.
Candidato pelo Psol, Tarcísio Motta informou que não recebeu doações em sua conta corrente, mas o partido colaborou com R$ 28 mil em material de campanha. O governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) só irá fechar a prestação de contas hoje. Ele tem a maior estimativa de gastos entre os concorrentes ao Palácio Guanabara: R$ 85 milhões. Seu antecessor e padrinho político, o e-governador Sérgio Cabral (PMDB) arrecadou R$ 5,98 milhões (em valores corrigidos pela inflação) na fase inicial da campanha, em 2010.
Candidato ao Senado, o ex-prefeito César Maia (DEM) arrecadou R$ 250 mil, o equivalente a 1,6% do total de R$ 15 milhões de gastos previstos.
Dilma e Campos arrecadam R$ 18,8 milhões
Na largada da campanha eleitoral, a candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT) arrecadou R$ 9,6 milhões. O valor foi enviado ontem ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). As despesas somaram R$ 86,3 mil até agora. O teto de gastos da campanha da presidenta foi estabelecido em R$ 298 milhões.
Do total conseguido até agora, 90% foram doações de empresas, enquanto o restante, cerca de R$ 1 milhão, veio de recursos dos partidos que compõem a coligação. Em 2010, a esta altura da campanha, a petista já havia arrecadado R$ 15 milhões (em valores corrigidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo), 50% a mais que neste ano.
Candidato pelo PSB, Eduardo Campos, teve receita de R$ 8,2 milhões. O desempenho dele foi melhor do que o de Marina Silva, sua vice na chapa, que foi candidata em 2010 pelo PV. Na época, ela arrecadou R$ 5,58 milhões na primeira fase da campanha.
Campos tem previsão de gastos de até R$ 150 milhões na campanha. Até agora, ele teve despesas de R$ 5,2 milhões.
Aécio Neves não informou oficialmente qual foi o valor angariado. No entanto, o coordenador financeiro de sua campanha, José Gregori, declarou que o montante deve variar entre R$ 10 e R$ 12 milhões. Independentemente do valor final, Aécio se sairá melhor do que o último tucano que disputou a presidência, José Serra. Em 2010, no primeiro mês de campanha, sua arrecadação foi de R$ 3,31 milhões de reais. À Justiça Eleitoral, Aécio declarou que espera gastar R$ 290 milhões.
