Por felipe.martins

Rio - Idealizadas para aumentar a sensação de segurança, prevenir assaltos ou mesmo auxiliar vítimas de bandidos ou de acidentes, as torres blindadas da PM nas vias expressas do Rio viraram símbolos da falta de patrulhamento e do abandono. A equipe do DIA percorreu os principais corredores viários da cidade, na madrugada de sexta-feira, e não encontrou policiais em nenhuma de seis torres na Linha Amarela, Avenida Brasil, Elevado do Gasômetro e Elevado Paulo de Frontin.

Em 2012, a Secretaria Estadual de Segurança Pública concluiu a instalação de 18 cabines blindadas da PM por diversas vias expressas do Rio de Janeiro. Com cada cabine custando cerca de R$ 250 mil, o projeto demandou aproximadamente R$ 4 milhões de investimentos dos cofres públicos.

Torre no Elevado Paulo de Frontin%3A luzes apagadas e nenhuma viatura para dar apoio ao patrulhamentoOsvaldo Praddo / Agência O Dia

Na Avenida Brasil, altura do Trevo das Margaridas, em frente ao Shopping Via Brasil, o abandono da estrutura pode ser percebido pelo estado da torre. Na Linha Amarela, não havia policiais dentro das estruturas em frente ao Shopping Nova América e na saída 4, já em Pilares.

O mesmo panorama — sem qualquer viatura próxima e luzes apagadas — era visto nas torres do Elevado do Gasômetro, na subida pela Avenida Brasil, e no entroncamento com a Perimetral. No Elevado Paulo de Frontin, que dá acesso ao túnel Rebouças e liga Zona Sul à Zona Norte e ao Centro, a torre exibe os nomes da Polícia Militar, Secretaria de Segurança, telefone 190 e o símbolo dos Jogos Olímpicos 2016 no Rio. PMs trabalhando, porém, não.

O objetivo do projeto, iniciado em 2009, era que os PMs ficassem nestes pontos fixos com melhor visibilidade e pudessem se deslocar rapidamente para prevenir ou reprimir crimes. Cada torre é blindada, com vidro à prova de tiros de fuzil e ar refrigerado.

Na época, a expectativa era a de que trabalhariam no local dois policiais posicionados a cinco metros de altura que, com a ajuda de uma motocicleta, poderiam se locomover com rapidez e agilidade até mesmo durante os horários de rush.

Nota nega abandono e diz que elas servem para apoio

A Polícia Militar enviou nota informando que a estratégia é priorizar o policiamento ostensivo nas vias expressas, objetivando inibir e coibir a prática de crimes e reduzir os índices criminais, através da presença maciça de policiais na área de atuação.

Para tanto, foi aumentado o número de viaturas que patrulham e cumprem baseamentos nas vias expressas (Operação do tipo Presença) nos locais e horários de maior incidência criminal, definidos com base na Análise Criminal. Foram implantados 17 pontos de ostensividade nas vias, em turnos de 12 horas.

O BPVE (Batalhão de Policiamento em Vias Especiais) negou que as cabines estejam abandonadas e informou que elas têm sido utilizadas como base de apoio para o policiamento na via. Eles informaram ainda que o policiamento estático não é o único recurso para a segurança.

Ainda de acordo com a nota, o principal objetivo é deixar o policiamento mais dinâmico e acessível para a população, aumentando a sensação de segurança dos motoristas e pedestres. Nos últimos quatro meses aumentaram as detenções feitas pela unidade: foram cerca de 350, contra 125 realizadas em todo o ano passado.

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