Por felipe.martins

Rio - O presidenciável Eduardo Campos (PSB) e o petista Lindberg Farias, candidato ao governo do Rio, vão fazer campanha juntos no próximo fim de semana. Os dois vão ao Complexo do Alemão pedir votos. A revelação foi feita deputado Romário (PSB), que disputa uma vaga ao Senado. Em entrevista ao DIA, o ex-jogador evita críticas contundentes à presidenta Dilma Rousseff, mas não poupa a CBF.

Quais bandeiras pretende levantar no caso de ser eleito senador?

A principal bandeira é em defesa das pessoas com deficiência, como foi enquanto fui deputado federal. Também vou trabalhar para atender crianças e jovens dependentes químicos, pois acredito que eu possa através de emendas ajudar o nosso estado. O Rio vive um momento muito triste no que se refere à segurança pública depois que as UPPs foram criadas, porque a violência migrou para outras regiões. Como senador, eu posso contribuir para melhorar esta triste realidade.

Você é um crítico do governo Pezão e da presidenta Dilma. Caso eles sejam eleitos, você trabalhará em Brasília para ajudá-los?

Seria muito bom para o estado e para o país se Lindberg Farias e Eduardo Campos fossem eleitos. Mas se isso não ocorrer, cumprirei meu papel de senador. Ou seja: ajudar o Estado do Rio independente de quem estiver no cargo de presidente ou de governador do estado.

Depois de quatro anos de mandato, qual sua maior crítica à Câmara dos Deputados?

A morosidade. Todo o processo é muito lento para aprovar uma lei ou qualquer ação parlamentar.

Esta morosidade o deixou de alguma forma frustrado?

Talvez um pouco, mas agora entendo como as coisas funcionam por dentro. Antes, pensava que os deputados não faziam nada. Hoje, entendo que alguns, como eu, trabalham sério e querem resultado. Mas a Casa é lenta, principalmente, nos projetos que beneficiam a população em detrimento do governo. Infelizmente, as vozes que querem beneficiar a população, contrariando os interesses do governo, são minoria.

O senhor se aliou nestas eleições, por acordos partidários, ao PT, que nacionalmente recebe críticas suas bastantes duras. Isso o constrangeu?

"Meu candidato a presidente da República é Eduardo Campos e minha vice é Marina Silva"%2Cdiz RomárioFabio Gonçalves / Agência O Dia

Muitos não entenderam a aliança, porque realmente critiquei o governo federal sobre os gastos nos grandes eventos esportivos — Copa das Confederações, Copa do Mundo, Olimpíadas. Mas as críticas foram especificamente aos gastos. De qualquer forma, me coliguei ao PT do Rio, que é diferente do partido nacional. Meu candidato a presidente da República é Eduardo Campos e minha vice é Marina Silva. Acho que hoje as pessoas entendem que a nossa Frente Popular é a melhor alternativa à política atrasada do nosso estado.

Esta aliança tem mesmo o engajamento de todos?

Claro! Inclusive, no próximo sábado estaremos com Eduardo Campos no Complexo do Alemão.

O Lindberg também?

Claro. O Lindberg estará presente junto com Eduardo Campos e Marina Silva.

E o contrário, se o Lindberg o convidar para um ato com a presidenta?

Já conversei com o PT que eu não subirei no palanque com a Dilma. Todos eles entenderam, e ficamos acordados assim.

E se houver um segundo turno em que Eduardo Campos esteja de fora, apoiando o PT?

Eu aprendi na minha vida a viver em etapas. Neste momento sou PSB. Agora, as pessoas têm que entender que eu pertenço a um partido e, a partir do dia 5 de outubro, havendo segundo turno, vamos sentar e conversar para chegar a uma decisão.

Sua luta pela moralização do futebol vai permanecer no Senado?

Eu contesto os cartolas desde os tempos em que ainda jogava, reforcei a crítica no meu mandato de deputado federal e vou continuar no Senado. E vamos enquadrar a CBF que é a entidade das mais corruptas.

Na sua época, faltava um movimento de jogadores como o do 'Bom Senso', que hoje luta por melhores condições de trabalho?

Faltava um movimento forte e unido. O que eu peço é que eles do ‘Bom Senso’ tenham coerência entre opinião e atitude. Na teoria, eles têm sido muito bons, combativos, mas eles têm de sair da teoria e levar para a prática. Na terça, provavelmente, vamos aprovar o primeiro passo para a

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