Por bianca.lobianco

Rio - O homem certo, no lugar exato. As amizades — no limite da irresponsabilidade — colocaram no mesmo cenário (a Prefeitura do Rio de Janeiro) o deputado federal Rodrigo Bethlem e o presidente da ONG Tesloo, o major reformado Sérgio Pereira de Magalhães Júnior. Em comum, o parlamentar e o militar têm como ‘amigos’ policiais com serviços prestados à milícia da Favela de Ramos, no Complexo da Maré.

Foram estes homens que Rodrigo Bethlem nomeou para a Secretaria de Ordem Pública e, depois, levou para a pasta de Desenvolvimento Social. Velhos conhecidos de Magalhães desde a época em que o oficial chefiava operações do 22º BPM (Maré).

Bethlem (D) levou delegado Carlos Oliveira para a prefeituraPaulo Araújo / Agência O Dia

Ao todo, o deputado levou para a Ordem Pública nove PMs, em 2009, além de ter como subsecretário operacional o delegado Carlos Alberto Oliveira — ele e mais três agentes nomeados foram implicados na Operação Guilhotina, desencadeada pela Polícia Federal para prender uma quadrilha de agentes acusados de venda de armas e drogas para traficantes do Rio. Entre os suspeitos e com jornada de trabalho na prefeitura estava Carlos Teixeira, o Bigu, preso por envolvimento na chacina de Vigário Geral.

Sérgio Magalhães, que viu a sua ONG faturar R$ 72,8 milhões da Prefeitura do Rio, também aparece na lista dos homens investigados pela Polícia Civil por ligações estreitas com milícia em Magalhães Bastos e Sulacap. Na apuração da 33ª DP (Realengo), o oficial surge como um dos responsáveis do grupo paramilitar ao lado de dois ex-subordinados, os irmãos sargentos Ítalo e Ipólito Pereira Campos.

Os três serviram nos batalhões da Maré e de Olaria — áreas de influência do sargento aposentado Ricardo Afonso Fernandes, o Afonsinho, apontado pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) como o chefe da milícia da Praia de Ramos.

Você pode gostar