Por bianca.lobianco

As vira-latas Luz e Mel são atletas de caniross e dog trekking. Duas modalidades esportivas bastante difundidas na Europa que começam a atrair adeptos no Rio de Janeiro. A nova mania da cidade mistura ‘cãorrida’ e ‘cãominhada’, como brincam os esportistas, possibilitando aos donos de pets se exercitar ao ar livre, e o melhor: na companhia de seus peludos por trilhas de tirar o fôlego em cidades das regiões dos Lagos e Serrana.

Neste domingo, um grupo de atletas ‘radicães’ fará um percurso de quatro horas na Serra de Petrópolis, guiados pela treinadora Iracema Braun, de 37 anos, uma das incentivadoras do esporte no Brasil. “As caminhadas são leves, indicadas para qualquer pessoa, até crianças. São várias paradas para descanso até o cume, de onde se avista a Baía de Guanabara. É para despertar o prazer pela atividade”, diz Iracema, que teve a ideia de trazer o esporte como uma alternativa para os donos de cães urbanos.

Grupo de amigos adeptos do dog trekking chega ao topo da trilha%2C após percurso moderado de 5 km%2C na Serra de PetrópolisDivulgação

“Os cachorros que vivem em apartamentos têm energia de sobra, mas não conseguem gastá-la, pois falta espaço para se exercitarem”, observa a engenheira ambiental, que no próximo dia 24 vai levar outro grupo para a segunda etapa do canicross em Saquarema.

Ao contrário da caminhada para iniciantes, a corrida cross-country é para esportistas. O dono usa um cinto e vai atrás sendo puxado pelo cachorro. Ambos estão ligados por uma guia longa e elástica. Na primeira prova oficial da modalidade, também em Saquarema, Iracema, Luz e Mel ficaram em 1º lugar, disputando com oito equipes.

A treinadora conta que as mulheres são maioria nos encontros, que sempre terminam numa confraternização entre amigos. “Vira uma grande família. Quem não tem carro, a gente arruma carona. O importante é sair do Rio, deixar a vida sedentária para conhecer lugares e fazer novas amizades”, diz.

Segundo ela, o inverno é a estação ideal para a prática de esportes entre peludos que não sofrem tanto com o calor. Apesar dos inúmeros benefícios à saúde, nem todos têm condições de se tornar esportista. Pug, bulldog inglês, yorkshire, shitzu e pinscher se cansam rapidamente e, devido ao focinho curto, transpiram com dificuldade. Demais raças são aptas para atividades físicas. A treinadora, no entanto, prefere vira-latas. “São espertos, adaptados ao clima, têm pelo curto e são resistentes a doenças”, reconhece. Informações pelo telefone (21) 9 7183 5290 ou pelo e-mail (contato.thedogrunner@gmail.com).

Avaliação antes do treino

Antes de iniciar qualquer atividade física com o seu animal de estimação é recomendável levá-lo para avaliação no veterinário. “Para saber se há restrições cardiovasculares ou ortopédicas”, instrui o veterinário Julio Miguel Fernandes, do Amigos DDC – Centro de Bem-Estar Animal. O ideal, diz ele, é evitar horários quentes e exercícios logo após a alimentação.

Segundo o especialista, animais idosos ou obesos não estão proibidos, mas precisam de mais cuidados: só devem ser expostos a atividades leves, como caminhadas em locais planos, sem muito esforço. “Quando as atividades são feitas ao ar livre, promovem estímulos visuais e olfativos para pets e ajudam na socialização do animal”, diz o veterinário, que indica o uso de guias elásticas para conduzir o animal e evitar traumas no pescoço.

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