Por felipe.martins

Rio - O executivo da Match, Raymond Whelan, deixou nesta quarta-feira o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio. Ele estava preso desde o dia 14 de julho, acusado de integrar máfia da venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo. O habeas corpus foi concedido nesta terça-feira pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 

O ministro Marco Aurélio Mello considerou, em sua decisão, não haver fundamentos para o acusado permanecer preventivamente na prisão. Em um trecho, Marco Aurélio Mello ressalta que mantê-lo no cárcere também não contribuiria para a segurança jurídica: "A regra é apurar para, selada a culpa, prender, executando-se, então, o título judicial condenatório. A inversão não contribui para a segurança jurídica, o avanço cultural. Conforme levantamento implementado pelo Conselho Nacional de Justiça, a população carcerária temporária, provisória, alcançou patamar igual ao da definitiva".

O ministro destaca ainda que não houve fato que sustentasse o pedido da prisão preventiva à justiça: "No caso, o ato mediante o qual veio a ser determinada a prisão preventiva do paciente – a temporária fora afastada na via da impetração – encontra-se redigido com esmero vernacular, mas padece de eficácia maior". "Imputação, simples imputação, não respalda a preventiva", completou.

Whelan deixou prisão nesta quarta-feira após expedição de alvará de solturaOsvaldo Praddo / Agência O Dia

O advogado do inglês, Fernando Fernandes, já havia impetrado pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça do Rio e no Superior Tribunal de Justiça (STJ), e que foram negados.

De acordo com informações do STF, em seu pedido de liberdade ao CEO da Match, a defesa alegou constrangimento ilegal, afirmando que não havia motivo para manter Whelan preso, tendo em vista que a Copa do Mundo já terminou.

Whelan e outros 10 acusados de integrar a máfia dos ingressos da Fifa tiveram a prisão preventiva decretada, no dia 10 de julho, pelo Juizado Especial do Torcedor.

Advogado indiciado por facilitar fuga

A Polícia Civil do Rio decidiu indiciar o advogado Fernando Fernandes por favorecimento pessoal ao seu cliente, o CEO da Match, Raymond Whelan, acusado de integrar a máfia da venda ilegal de ingressos da Fifa. Segundo a polícia, Fernandes facilitou a fuga do executivo do Copacabana Palace,quando agentes tentavam cumprir um mandado de prisão preventiva contra o inglês.

De acordo com a polícia, as imagens de câmeras de segurança do hotel mostram os dois na área de funcionários do Copacabana Palace, e Fernandes orientando Whelan. O inglês conseguiu escapar minutos antes de os policiais chegarem para cumprir o mandado.

Procurado pela reportagem, o advogado negou ter conhecimento do mandado de prisão no momento em que deixou o hotel com Whelan. Ele afirmou ainda que saiu de lá para uma reunião com o cliente, sendo informado sobre o mandado depois.

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