Por paulo.gomes

Rio - Preso no início da manhã desta quinta-feira, o ex-vereador e ex-secretário de Segurança de Niterói, Marival Gomes da Silva, negou as acusações de pertencer a uma quadrilha que explora máquinas de caça-niqueis e da participação do assassinato de um policial militar. De acordo com Marival, ele foi apenas comunicado pelo PM Anderson Luiz Portugal dos Santos, que também foi preso, pela morte de Carlos Elmir Pinto de Miranda, em junho de 2012.

"Não tenho nada a ver com isso (morte do policial militar), fui padrinho de casamento do Portugal. Ele me ligou numa manhã dizendo que o amigo dele foi morto. Quero que se prove alguma coisa contra mim", disse Marival, ao chegar na sede da Divisão de Homicídios (DH) de Niterói e São Gonçalo.

Marival Gomes%2C ex-vereador e ex-secretário de segurança de Niterói%2C foi preso na manhã desta quinta-feira%2C acusado de ser o mandante da morte do PM Carlos Elmir%2C em 2012Severino Silva / Agência O Dia

Além de Marival e Anderson Portugal, os policiais prenderam nesta quinta o ex-presidente da Unidos da Viradouro, Marco Lira. Diferente do que aponta a investigação, o antigo secretário de Niterói, que também já foi policial civil, afirmou não ter nenhuma ligação com Lira. "Eu conheço o Marco Lira da polícia e da Viradouro, apenas isso", afirma.

Os agentes DH e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) realizaram a operação para o cumprimento de seis mandados de prisão e oito de busca e apreensão. De acordo com o delegado da DH, Wellington Vieira, as investigações começaram logo após a morte de Carlos Elmir e elas se basearam em testemunhas que hoje se encontram em proteção do estado.

"Daqui pra frente vão existir outras investigações para determinar a participação de cada um no esquema de caça-níquel e também investigar possíveis financiamentos de campanhas e de repasse de verba da contravenção para o Carnaval", garante o delegado Wellington Vieira.

Assim como Marival%2C o ex-presidente do Viradouro%2C Marco Lira%2C é acusado da morte do PM Carlos Elmir e de pertencer a uma quadrilha que explora máquinas de caça-niqueisSeverino Silva / Agência O Dia

Segundo investigações, Carlos Elmir trabalhava como chefe de segurança do antigo presidente da Viradouro e recolhia o dinheiro arrecadado com os caça-niqueis nos municípios de Niterói e São Gonçalo. O PM teria sido assassinado por estar omitindo os valores arrecadados e quantidade de máquinas existentes áreas dominadas pelo tráfico.

O crime, que aconteceu no dia 9 de junho de 2012, foi executado por Anderson Luiz Portugal, Walter Carneiro da Silva Filho (ex-policial civil), Nathan Augusto da Silva Pereira e Sandro Borges Soares (sargento do 12ºBPM - Niterói), os três últimos seguem foragidos. Um outro homem, Érides Mendes, também participou do homicídio, mas morreu em troca de tiros com a vítima. Além dos mandantes, todos foram denunciados por homicídio duplamente qualificado e formação de quadrilha armada.

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