Por paloma.savedra

Rio - O juiz Rubens Casara, da 43ª Vara Criminal da Capital, deu início nesta quinta-feira, dia 07, à audiência de instrução e julgamento contra os réus Marcio Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, e o pastor Marcos Pereira da Silva, líder da Assembleia de Deus dos Últimos Dias. Os dois foram denunciados por tráfico de drogas e associação ao tráfico e participaram da sessão por videoconferência – Marcinho VP está no presídio federal de Catanduvas (PR). O pastor cumpre pena no Complexo de Bangu, na Zona Oeste do Rio

O fundador e coordenador da Ong Afroreggae, José Júnior, foi uma das testemunhas de acusação ouvidas pelo juízo. José Júnior contou que tinha uma relação de amizade com o pastor Marcos Pereira na mediação de conflitos em presídios até, segundo ele, ter a confirmação do próprio religioso de que teria estuprado a mulher de um dos vice-presidentes da Assembleia de Deus dos Últimos Dias. A partir de então, José Júnior passou a oferecer proteção ao desafeto de Marcos Pereira em sua Ong. E, de acordo com o coordenador do Afroreggae, ambos começaram a sofrer ameaças do tráfico nos Complexos da Penha e do Alemão.

Acusado de tráfico de drogas, pastor Marcos está preso em Bangu 2 enquanto aguarda fim do processoDivulgação

De acordo com José Junior, o pastor Marcos Pereira orquestrou, junto com outros traficantes, os ataques à cidade em 2010. Dois anos depois, tanto o líder religioso quanto Marcinho VP teriam planejado as investidas contra a sede do Afroreggae.

Também prestaram depoimento os delegados Roberto Ramos da Silva e Valéria Aragão, responsáveis por etapas do inquérito que desencadeou a denúncia. Os dois contaram que obtiveram provas testemunhais de que o pastor Marcos Pereira atuava como uma espécie de “pombo-correio” de Marcinho VP, levando ordens e recados aos traficantes das comunidades.

Ao todo, nove testemunhas de acusação e vinte de defesa foram arroladas para darem seus depoimentos durante o processo. A próxima audiência será no dia 8 de outubro.

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