Rio - Cinco meses depois de condenados, os 11 policiais militares acusados de envolvimento na morte da juíza Patrícia Acioli ainda não foram expulsos da corporação e seguem recebendo seus salários. O tenente-coronel Cláudio Oliveira, comandante do 7º BPM (São Gonçalo) na época do crime e acusado de ser o mandante do assassinato da juíza — executada com 21 tiros em agosto de 2011 na porta de casa, em Niterói —, recebe remuneração bruta de R$ 26.295,02. O equivalente a mais de R$ 946 mil nos 36 meses depois da morte da juíza.
Entretanto, a Polícia Militar informa que o valor recebido foi bem inferior ao que consta no Portal Transparência do governo estadual. Segundo a corporação, o salário líquido dele neste mês foi de R$ 5.869,47, levando em consideração descontos e perdas de gratificações.
Em nota, o Tribunal de Justiça informou que todos os réus tiveram decretada a perda de suas funções públicas após a sentença. Mas a PM alegou ainda não ter sido informada pela Justiça. Em março deste ano, o tenente-coronel Cláudio foi condenado pela 3ª Vara Criminal de Niterói a uma pena de 36 anos em regime fechado pelos crimes de homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, mediante emboscada e para assegurar a impunidade de outros crimes — e por formação de quadrilha armada, após quase 18 horas de julgamento.
O tenente Daniel Santos Benitez Lopes, apontado como o homem de confiança do comandante e um dos mentores do crime, teve a mesma pena. Os julgamentos começaram em dezembro de 2012 e terminaram em abril, com a condenação dos dois últimos acusados.