Por thiago.antunes

Rio - Apesar do número de homicídios dolosos em Japeri, na Baixada Fluminense, ter tido uma queda de 17% este ano, entre os meses de janeiro a junho, se comparado ao mesmo período de 2013 — caiu de 23 para 19 casos — segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), a violência na cidade está deixando a população assustada, principalmente após a morte do vereador suplente Mário Ramalho, o Mário da Padaria, de 47 anos, na última segunda-feira, em Engenheiro Pedreira.

O comerciante, foi assassinado dentro de sua padaria por pelo menos dez homens armados de fuzis e pistolas. Ele foi sepultado nesta quarta-feira, no Cemitério da Jaqueira, em Queimados. A Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) já ouviu testemunhas e familiares, mas o caso ainda segue em sigilo.

“Antes quase não via estes crimes na cidade, mas agora é a realidade dos moradores. Esta semana, em dois dias, dois carros rondaram minha casa, no bairro Santa Inês. Após a implantação de UPPs no Rio, bandidos migraram para cá”, afirmou o prefeito de Japeri Ivaldo Barbosa, o Timor (PSD).

Mário foi executado por mais de 10 homens que invadiram seu estabelecimento em Japeri%2C na BaixadaIvan Teixeira / Hora H / Agência O Dia

O comandante do 24º BPM (Queimados), coronel Rogério Martins, garantiu que Japeri é uma cidade com poucos casos de violência. “Estamos aumentando o policiamento ostensivo e a área do nosso batalhão é privilegiada. Nossa meta é de até seis roubos de carros por mês. Em agosto, por exemplo, ainda não tivemos esse tipo de crime”, lembrou.

Entretanto, este ano, entre janeiro a junho, foram registrados 21 roubos de veículos em Japeri. Quatro a mais do que o mesmo período do ano passado. Um aumento de 23%. Mas o que mais assusta é o número de roubos a transeuntes — pedestres —. Só este ano, já foram contabilizados 59 casos, contra 30 em 2013 (aumento de 96%).

A polícia investiga a possibilidade de Mário da Padaria ter sido assassinado por desrespeitar o ‘luto' imposto por traficantes em Japeri. A ordem para o fechamento do comércio teria sido dada após a morte de um gerente do tráfico da Favela do Ferroviário. Mário teria mantido sua padaria aberta, gerando a retaliação da quadrilha ligada ao Comando Vermelho.

Após executarem o comerciante, os criminosos incendiaram a padaria da vítima e fugiram em direção ao bairro Chacrinha, a cerca de 10 quilômetros de Delamare. Lá, o grupo executou Jonas de Ávila Pereira, de 30 anos, que, segundo os policiais do 24º BPM (Queimados), era chefe do tráfico na região. No ataque, outros dois homens foram feridos, mas sobreviveram.

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