Por thiago.antunes

Rio - O ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), estendeu nesta quarta-feira a liminar concedida ao britânico Raymond Whelan, a dez acusados de integrar esquema de venda irregular de ingressos para a Copa do Mundo, entre eles o franco-argelino Mohamadou Lamine Fofana e o brasileiro Marcelo Pavão da Costa Carvalho. Na decisão, o ministro adotou os mesmos fundamentos da liminar concedida a Whelan, ressaltando que o ato que determinou a prisão dos investigados "não apontou fato concreto compatível com a previsão da garantia da ordem pública ou econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal". Whelan foi libertado no dia 6 de agosto. Ele estava preso no Complexo de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio.

O pedido de extensão dos efeitos da liminar foi formulado pela defesa de Fofana e Pavão, que tiveram a prisão preventiva decretada pelo Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos no início de julho, por ocasião do recebimento da denúncia que resultou na abertura de ação penal contra os supostos integrantes do esquema. Os defensores sustentaram a similitude fática e jurídica da situação de ambos com a de Raymond Whelan, acusado de chefiar o grupo.

Raymond Whelan (à esquerda)%2C acompanhado por seu advogado Fernando Fernandes%3A inglês fugitivo é citado por Lamine Fofana em escutas telefônicas como ‘o cara da Fifa’Oswaldo Praddo / Agência O DIA

A decisão monocrática, além de contemplar Fofana e Pavão, também estende, de ofício (sem que tenha havido pedido nesse sentido), a liminar aos demais acusados: Alexandre da Silva Borges, Antônio Henrique de Paula Jorge, Sérgio Antônio de Lima, Júlio Soares da Costa Filho, Fernanda Carrione Paulucci, Ernani Alves da Rocha Junior, Alexandre Marino Vieira e Ozeas do Nascimento, caso não estejam sob custódia por outro motivo. O ministro determinou que os acusados permaneçam no distrito da culpa, “atendendo aos chamamentos judiciais e adotando a postura que se aguarda do homem integrado à sociedade”.

Advogado indiciado por facilitar fuga

A Polícia Civil do Rio decidiu indiciar o advogado Fernando Fernandes por favorecimento pessoal a Raymond Whelan, acusado de integrar a máfia da venda ilegal de ingressos da Fifa. Segundo a polícia, Fernandes facilitou a fuga do executivo do Copacabana Palace,quando agentes tentavam cumprir um mandado de prisão preventiva contra o inglês.

De acordo com a polícia, as imagens de câmeras de segurança do hotel mostram os dois na área de funcionários do Copacabana Palace, e Fernandes orientando Whelan. O inglês conseguiu escapar minutos antes de os policiais chegarem para cumprir o mandado.

Procurado pela reportagem, o advogado negou ter conhecimento do mandado de prisão no momento em que deixou o hotel com Whelan. Ele afirmou ainda que saiu de lá para uma reunião com o cliente, sendo informado sobre o mandado depois.

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