Rio - O Ministério Público Estadual (MP) pediu a anulação da licença ambiental e a interrupção das obras do Campo de Golfe Olímpico, na Barra da Tijuca, além da recuperação ambiental da área. A ação civil pública, assinada por cinco promotores, foi ajuizada na quinta-feira e tem como réus o Município do Rio de Janeiro e a Fiori Empreendimentos Imobiliários, empresa responsável pela intervenção.
No mesmo dia da divulgação da ação do MP, o site oficial da Rio 2016 publicou nota afirmando que 59% das instalações do campo já estão concluídas. Para embargar a obra, os promotores alegam que o empreendimento é incompatível com o local — Área de Proteção Ambiental da Reserva de Marapendi —, e que houve desmatamento ilegal de Mata Atlântica, entre outras irregularidades.
Retornos após 112 anos
Disputado pela última vez nos Jogos de 1904, na cidade norte-americana de Saint Louis, o golfe volta a figurar como modalidade olímpica no Rio. Uma globalização do esporte ao longo desses 112 anos é um dos motivos apontados no site Rio 2016 para o retorno à competição. Estima-se que 30 países, dentre os 204 participantes, vão enviar golfistas para competir daqui a dois anos na cidade.
O texto da ação do MP aponta que, em 2008, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente concedeu licença para um campo de golfe privado, do empreendedor imobiliário Pasquale Mauro, que serviria de espaço de lazer para um condomínio. O secretário municipal do Meio Ambiente, Carlos Alberto Muniz, informou, por meio de nota da assessoria de imprensa, que ‘não recebeu notificação judicial sobre a ação do MP e que a licença ambiental para construção do Campo foi emitida em 2013, após todos os estudos julgados necessários’.