Rio - A Polícia Civil investiga o suposto sequestro de Diego Alves dos Santos, o Maluquinho, de 30 anos, filho do traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, que está preso. Segundo a família, ele desapareceu no dia 8 de agosto e teria sido capturado por homens que seriam policiais, no Morro do Chapadão, em Costa Barros. Mesmo após pagamento de resgate, no dia 10, ele não teria sido libertado.
O sumiço pode ter ligação com a recente onda de ataques a PMs no Rio. A Polícia Civil recebeu informações de que, irritado, Elias teria ordenado assassinatos de dentro do presídio federal de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Agentes investigam se um dos chefões do Comando Vermelho (CV) teria ordenado os atentados em áreas dominadas pela facção criminosa.
“Familiares procuraram a Divisão Antissequestro (DAS) depois de fazer um pagamento aos sequestradores, que, segundo os parentes, eram policiais. Estamos investigando o caso, mas não tem como passar mais detalhes para não atrapalhar o decorrer das diligências”, disse o delegado Cláudio Góes, da DAS, onde foi feito o registro no dia 13.
Para a liberação de Diego, que cumpriu pena por assalto à mão armada e porte ilegal de arma, os sequestradores teriam exigido grande quantia. Após pagamento de cerca de R$ 270 mil e várias barras de ouro, o acordo não teria sido cumprido, o que teria deixado Elias Maluco revoltado.
Na noite de segunda-feira, um PM foi morto na Fazenda Botafogo, próximo a Costa Barros, onde teria ocorrido o suposto sequestro. O subtenente Marcelo Dantas dos Santos, de 47, foi atingido por tiros de pistola e fuzil na Rua Pedro Jório.
Horas antes, a polícia já havia encontrado um corpo carbonizado que pode ser do soldado Douglas Costa, da UPP do Morro da Fazendinha, no Complexo do Alemão. Ele teria sido torturado e executado na madrugada de segunda-feira por traficantes da Favela do Dique, em São João de Meriti. A comunidade seria justamente um reduto de Maluquinho.
A Divisão de Homicídios (DH) assumiu as investigações sobre a morte do subtenente do 9º BPM (Rocha Miranda) e não descarta a relação do crime com ordens vindas de presídios. Segundo o delegado Giniton Lages, os criminosos chegaram numa moto, armados de fuzil, e executaram a vítima em seu carro, um Honda Civic placa EJF-1421, que consta como roubado.
“Recebemos essa informação da ordem vinda do Elias Maluco e estamos checando. A DAS já está no caso do sequestro do filho, mas ainda é cedo para determinarmos a causa. Tudo é possível, assim como um tentativa de assalto. Sobre o fato de o carro ser roubado, também estamos apurando", completou.
