Por thiago.antunes

Rio - As ruas tranquilas e arborizadas de um bairro que se tornou centenário no último dia 15 ganharam proteção definitiva para preservar a sua essência. A prefeitura decretou ontem a criação da Área de Especial Interesse do Ambiente Cultural (APAC) do Grajaú, para conservar seu conjunto urbanístico.

Após estudos, o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH) delimitou uma área de proteção com 817 mil metros quadrados e tombou 12 imóveis de importância histórica na região. Mais de 500 construções remanescentes dos diversos períodos de ocupação do bairro foram preservadas para a manutenção dos seus valores culturais, paisagísticos e arquitetônicos.

A Capela de Nossa Senhora da Imaculada Conceição%2C uma das primeiras construções do bairro%2C na Rua Grajaú 27%2C foi um dos 12 imóveis tombadosDaniel Castelo Branco / Agência O Dia

A partir de agora, todas as licenças de obras executadas nos imóveis e espaços públicos dentro do limite da APAC deverão ser aprovadas pelo instituto. O decreto também estabeleceu limites de gabarito para as novas construções e acréscimos em imóveis na área. Toda intervenção que interferir no conjunto arbóreo deverá ser autorizada, e a colocação de letreiros, anúncios publicitários e toldos na área também precisará ser aprovada.

Entre os imóveis tombados pelo decreto, estão a Capela de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, dois caramanchões da Praça Edmundo Rêgo e a Escola Municipal Duque de Caxias, na Rua Marechal Jofre, 74. “O Grajaú é um bairro centenário, e muito importante para a história do Rio de Janeiro. É um patrimônio cultural da nossa cidade e merece ser protegido”, destacou Washington Fajardo, presidente do IRPH.

Os caramanchões da Praça Edmundo Rego foram tombados pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade Divulgação

Morador diz que não houve consulta

Segundo Lupércio Ramos, presidente da Associação de Moradores do Grajaú, o decreto da prefeitura está dividindo opiniões. “Existe uma certa resistência porque não fomos avisados de nada. A parte de construções urbanas recebeu mais atenção, mas acreditamos que áreas naturais deveriam ser prioridade”, disse.

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