Por thiago.antunes

Rio - Uma nova sede do Instituto de Biologia, no campus do Gragoatá, deveria ter sido entregue em 2011, mas ainda está em fase de obras. A construção está sendo feita com verba federal, na ordem de R$ 7,9 milhões. A nova previsão de entrega do prédio é para o ano que vem.

O problema estrutural do instituto já se arrasta há cinco anos. Desde setembro de 2009, após reclamações de funcionários e alunos, foi constatada sobrecarga de peso em dois andares do prédio. Na época, vários equipamentos científicos precisaram ser removidos dos corredores .

Novas rachaduras foram encontradas na fachada do instituto Divulgação

A nova vistoria da Superintendência de Arquitetura e Engenharia da UFF, realizada na semana passada, também ocorreu após reclamações de funcionários, que viram novas rachaduras e estufamento das divisórias. O problema se agravou devido às chuvas que ocorreram nas últimas semanas.

Prédio corre risco de desabar

A Superintendência de Arquitetura e Engenharia da Universidade Federal Fluminense (UFF) interditou dois dos três andares do prédio onde funciona o Instituto de Biologia, no Campus do Valonguinho, por risco de desabamento. O parecer técnico, emitido na última sexta-feira, aponta fissuras nos pilares externos da instituição e envergaduras nas divisórias das paredes dos laboratórios, devido à sobrecarga de peso dos equipamentos. As aulas estão suspensas até amanhã, quando a reitoria da UFF fará uma nova reunião para tentar solucionar o problema.

No parecer técnico, a superintendência solicita o descarregamento imediato de todo mobiliário dos segundo e terceiro andares. Desde segunda-feira, a retirada de equipamentos tem sido feita pelos próprios pesquisadores da unidade. De acordo com o Diretório Acadêmico do Instituto, muitos equipamentos e documentos estão sendo levados para a casa dos funcionários. No local, existem mais de 50 laboratórios, com a circulação média de 1.600 pessoas por dia.

Os tetos de alguns laboratórios tiveram que receber um reforçoDivulgação

“Não dá para tirar tudo dos andares porque a maioria dos equipamentos são frágeis. Também temos alguns animais lá dentro que precisam de cuidado. E para onde vamos levar tudo? Pediram para retirar, mas não deram um lugar para guardar”, declarou uma estudante da universidade que preferiu não se identificar.

Além das rachaduras e infiltrações, o documento emitido pela Superintendência da universidade revela que há remendos na laje do teto do segundo piso, onde funcionam alguns laboratórios. Foi constatado que parte do reboco caiu. No relatório, os engenheiros e arquitetos chegam à conclusão de que “a estrutura está excessivamente tracionada, com risco de não mais suportar o carregamento existente”.

Ainda no documento, há relatos de que o serviço de vigilância noturna ouviu estalos no prédio. Na avaliação dos engenheiros, os ruídos podem ter sido provenientes das divisórias, que apresentaram envergaduras acentuadas nos últimos dias. A superintendência fará uma nova análise estrutural do instituto para avaliar se há possibilidade de utilização futura do edifício.

Você pode gostar