Por thiago.antunes

Rio - A sessão extraordinária marcada para a tarde desta quinta-feira, na Câmara dos Vereadores, em regime de urgência, para votar o projeto de Emenda à Lei Orgânica 16/2014 que autoriza a Guarda Municipal a utilizar armas não letais, terminou com guardas que lotavam as galerias protestando e ameaçando entrar em greve. Tudo porque, por uma manobra da oposição, a votação foi adiada para a próxima terça-feira.

O projeto, de autoria do presidente da Câmara Jorge Felippe e do vereador Chiquinho Brazão, ambos do PMDB, tem gerado muita polêmica. Principalmente pelo fato de não especificar quais são as armas não letais que poderão ser usadas. O texto propõe mudar o artigo 30 da Lei Orgânica do Município.

Para a decepção dos guardas municipais que, desde o início da tarde, estavam na Câmara, aguardando a aprovação do projeto, a votação sequer começou. Com o plenário repleto de vereadores, coisa rara nas últimas semanas, a base aliada do presidente da Casa dava como certa a aprovação do projeto.

Guardas municipais nas galerias da Câmara dos Vereadores%3A agentes defendem o uso de armas não letaisAndré Mourão / Agência O Dia

Porém, nem a base aliada nem os guardas municipais contavam com uma manobra da oposição, iniciada pelo vereador Reimont (PT), que resolveu criar polêmica, antes mesmo do início da votação, por conta do uso ou não de gravata pelos vereadores presentes.

“Uma bobagem, eu sei, mas hoje queriam nos empurrar uma votação em regime de urgência. Por isso, criei a polêmica com a intenção clara de obstruir a sessão”, confessa o vereador. Ele disse ainda que, assim como os guardas municipais querem a aprovação dessa lei, os camelôs e outros setores da sociedade não querem: “Semana que vem, teremos setores da sociedade organizada aqui para dividir as galerias com os guardas municipais”, antecipou Reimont.

Para Jonas Moura, guarda municipal e um dos líderes do Movimento Frente Manifestante, a decepção foi total. “A casa hoje optou por discutir a polêmica da gravata. Para nós, foi boicote. Vou conversar com o sindicato para que haja mobilização e adianto que todo guarda que aparecer ferido até a votação será de responsabilidade dos vereadores que obstruíram a sessão”.

Reportagem de Márcio Allemand

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