Por thiago.antunes

Rio - Eles são estrangeiros no Rio, mas estão bem longe da vista para o Cristo Redentor. Chegaram de quase todos os continentes, exceto a Oceania, e encontraram o mesmo destino: o Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste. Apesar de universos tão distintos, há algo em comum entre 70 dos 105 gringos presos no estado. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), essa maioria (66,7%) foi condenada por tráfico internacional de drogas.

A Penitenciária Esmeraldino Bandeira, que abriga detentos em regime fechado com penas de até 15 anos, é a carceragem com o maior número de estrangeiros no Rio. Os 14 detentos dividem a mesma cela no presídio, para minimizar as dificuldades de comunicação atrás das grades, causadas pelas diferenças culturais e de idioma. Não que isso seja problema para o italiano Emanuele Savini, 42 anos. Há dez anos no país, ele fala português fluentemente.

Acusado de tráfico%2C o empresário italiano Emanuele Savini alega inocência e recolhe lixo na cadeiaAlexandre Vieira / Agência O Dia

Quando chegou ao Rio, Savini disse ter tido um instante de contemplação no lugar que escolheu morar. Encantado pela cidade, olhou para cima quando caminhava por uma rua e pensou: “Essa é a minha terra”. Dono de lojas de roupas em Roma, ele se desfez do patrimônio em meio à crise europeia para viver no país. Casou com uma brasileira, teve três filhos e montou uma empresa de importação e exportação.

Mas a vida dele sofreu uma reviravolta em outubro de 2010, quando foi preso depois que a polícia encontrou 250 quilos de cocaína em contêineres da sua empresa. Condenado a 14 anos de prisão com o seu sócio, que responde o processo em liberdade, Savini recorre da sentença atrás das grades. Ele alega inocência e diz ter sido preso sem provas.

“Fui preso injustamente e deixei três filhos sem pai. Disseram até que sou chefe da máfia italiana. É só ver como a minha família mora para saber que isso não é verdade”, diz, ao se referir a uma casa humilde em Vila Isabel. Atrás das grades, Savini se apega à fé e ao apoio da família. Nunca frequentou igreja, mas faz uma oração quando acorda. Às 8h, trabalha, recolhendo o lixo. E, antes de dormir, faz uma oração deitado na cama, à espera de dias melhores.

Ex-preso sofreu com isolamento da família

Solto em março após passar três anos preso, o colombiano Anuar Soto Arango conviveu com o isolamento, drama comum entre os presos. Ele mandou cartas aos filhos, uma adolescente de 13 anos e um menino de 7, que moram em Cáli, sua cidade de origem. O contato foi esporádico. Na cadeia, recebeu uma visita, há um ano, que o marcou. E devido a uma fatalidade. A sobrinha dele foi ao presídio após ir ao Brasil para enterrar o pai, vítima de infarto em uma viagem ao país.

“Foi difícil ver alguém da família, que vem de longe e vai embora. Senti no coração”. No Rio, de acordo com a Justiça, Arango representava o cartel de Cáli. Recebia cocaína e a entregava a traficantes, que transportavam a droga para a Espanha. Preso em outubro de 2010, o colombiano disse ter vivido os piores momentos da vida na cadeia, onde passou os últimos dias trabalhando na faxina. E, antes de ser solto, jurou que a vida no crime acabou depois da experiência de ficar atrás das grades e distante da sua terra-natal. “Hoje, só penso na família”.

Menores fazem arrastão no Centro

Policiais do 5º BPM (Praça da Harmonia) apreenderam sete menores que praticavam um arrastão e levavam pânico a passageiros em um ônibus da linha 474 (Jacaré-Jardim de Alah), na noite deste sábado. De acordo com a polícia, os menores foram capturados quando o coletivo passava pelas esquinas das Avenidas Rio Branco e Almirante Barroso, no Centro da cidade.

Ainda segundo os policiais que apreenderam o grupo, os menores tinham iniciado o arrastão poucos minutos antes, quando passageiros conseguiram alertar a polícia sobre o episódio.

Com o grupo de assaltantes foi encontrada a carteira de uma das vítimas que estava dentro do ônibus. Os sete menores — alguns deles já com passagens pela polícia — foram encaminhados primeiramente para a 5ª DP (Mem de Sá) e, em seguida, levados para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), também no Centro. Alertada, polícia fez apreensão ainda durante assalto a ônibus

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