Por paulo.lima

Rio - O velório do jovem João Pedro de Oliveira, de 19 anos, executado em Costa Barros na última sexta-feira, foi marcado pela revolta de seus parentes e amigos. Cerca de 250 pessoas compareceram, às 9h de domingo, ao cemitério de Ricardo de Albuquerque, no bairro de mesmo nome. Membros da igreja evangélica Sara Nossa Terra, de Nova Iguaçu, que o jovem frequentava, estavam com camisetas homenageando o rapaz.

"Ele era um jovem alegre, bem humorado, disposto e queria mudar o mundo", lamentou Tatiane Rocha, amiga e membro da mesma igreja que Juninho frequentava. No início do cortejo, às 11h, membros da igreja gritavam "vamos mudar o mundo", frase que o jovem dizia frequentemente, acompanhados de fogos e cartazes que seus familiares carregavam. Seu pai, João Pedro de Oliveira, de 48 anos, acompanhava o sepultamento junto do caixão do filho.

Sob o caixão do jovem%2C uma bandeira do Flamengo%2C uma de suas paixõesSeverino Silva / Agência O Dia

"Meu coração está esfacelado, neste momento tem outros pais sofrendo com essa violência", disse o pai, emocionado. Apesar do momento de muita dor, João ainda manteve uma esperança. "Hoje estou triste por um lado e feliz pelo outro, porque Deus o levou para um lugar que era dele. O céu hoje está em festa", completou.

Por outro lado, sua mãe, Vânia Cristina Torres Pimentel, estava muito abalada, e seguiu o cortejo sendo amparada por parentes. "Hoje o mundo é muito mau, mas temos que mudar!", dizia com muita dificuldade. Após o sepultamento, Vânia chegou a desmaiar e foi rapidamente socorrida pelos parentes. Juninho trabalhava como montador em uma empresa de andaimes e completaria 20 anos no mês que vem.

Amigos carregavam cartazes e vestiam camisas em homenagem a JuninhoSeverino Silva / Agência O Dia

Relembre o caso

Uma leve colisão entre um carro e uma moto terminou na execução de um jovem de 19 anos, por volta das 19h desta sexta-feira, em Costa Barros. João Pedro Oliveira - chamado por familiares e amigos de Juninho - vinha de carona com um colega de trabalho e foi executado com cerca de dez tiros.

Ambos seguiam de Madureira para Nova Iguaçu e, para fugir dos congestionamentos, seguiram pela estrada de Botafogo, que corta a favela do Chapadão. O carro em que estavam bateu em uma motocicleta, e os dois ocupantes da moto chegaram a cair, mas se levantaram e, ambos armados, descarregaram as pistolas no carro das vítimas e fugiram.

O motorista e colega Diego Pereira Santana, de 26 anos, não foi atingido, mas desesperado tentou salvar o colega, levando-o para a UPA de Ricardo de Albuquerque, mas Juninho não resistiu aos ferimentos.

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