Por thiago.antunes

Rio - A manhã deste domingo na Favela do Jacarezinho acabou marcada por uma manifestação pacífica de duas mulheres que fizeram toplessaço em frente à base da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). A ação foi promovida pela fotógrafa Sara Fernanda Diromine, de 22 anos, conhecida como Sara Winter, e pela body piercer Beatriz Pinheiro de Medeiros, 18, a Bia Spring, e tinha como objetivo não deixar cair no esquecimento a denúncia de estupros atribuídos a policiais lotados naquela unidade.

Acusados de terem violentado duas mulheres e uma adolescente no último dia 5, os policiais militares Gabriel Machado Mantuano, 21; Anderson Farias da Silva, 33; e Renato Ferreira Leite, 32, tiveram as prisões preventivas decretadas e estão presos no Batalhão Especial Prisional.

Sara Winter (E) e Bia Spring protestam de topless em frente à UPPAngelo Antônio Duarte / Agência O Dia

“Escolhemos a base da UPP para nos manifestar porque é um lugar simbólico, que representa a violência sofrida por três mulheres. Queremos uma polícia que nos proteja, não que nos estupre e nos mate”, justificou Sara, integrante do movimento feminista Bastardxs. O discurso de Bia, que também faz parte do movimento, é o mesmo.

“O que me motiva é lutar contra a violência de uma forma pacífica, para mostrar que a gente se importa com o que aconteceu e abrir os olhos das pessoas que não enxergam o que a gente enxerga, ou seja, que a violência sexual ainda atinge muitas mulheres”, explica.

Sem alarde, Sara e Bia tiraram suas blusas, vestiram capacetes e escudos cor-de-rosa e caminharam, sob o olhar curioso de moradores, em direção à sede da UPP. De frente para os PMs gritaram palavras de ordem, como “polícia estupradora”.

Os PMs só assistiram ao ato. Já os moradores o reprovaram. “Isso não é maneiro, não. Tem um monte de criança aqui. Elas se excederam, poderiam ter ficado de sutiã”, sugeriu Cássia Teixeira, operadora de caixa. O assistente administrativo Álvaro Amorim também condenou o toplessaço. “Os policiais que estão aqui não têm culpa do ato cometido pelos outros”, avalia.

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