Por daniela.lima

Rio - Em uma megaoperação com o apoio de um helicóptero e 280 agentes, montada na madrugada de ontem, a Polícia Civil prendeu 18 pessoas, desarticulando uma quadrilha acusada de movimentar cerca de R$ 30 mil com a venda de drogas. Até um taxista, que fazia ponto em frente à 65ª DP (Magé), responsável pela investigação, estava envolvido no esquema. Conversas grampeadas mostraram que Mário Nogueira de Melo usava a posição privilegiada para informar traficantes sobre a movimentação dos agentes e dos policiais militares do 34º BPM, próximo à delegacia.

Durante a megaoperação da 65ª DP(Magé)%2C foram apreendidos um relógio%2C um celular%2C drogas e R%2410.200 em dinheiroCarlo Wrede / Agência O Dia


Segundo a polícia, o chefão do grupo, o traficante Valdecir Rodrigues da Silva, conhecido como Ci, comandava as ações atrás das grades. Preso no presídio Vicente de Piragibe, em Bangu, ele foi flagrado em escutas telefônicas autorizadas pela Justiça enquanto ordenava ações dos criminosos, como venda de drogas e até homicídios.

O QG da quadrilha ficava na favela Lagoa, em Magé. Mas o grupo, indiciado por seis homicídios, tráfico, corrupção de menores, roubos, lavagem de dinheiro e outros crimes, também agia em São Gonçalo, Duque de Caxias, Rio de Janeiro e Angra dos Reis. Segundo a investigação, os criminosos mantinham pelo menos oito contas bancárias a serviço do tráfico.

A Polícia Civil pediu a transferência do chefão do grupo a um presídio federal. A Justiça autorizou o deslocamento de Valdecir ao Regime Disciplinar Diferenciado (RDD). Ontem de manhã, ele foi levado à Penitenciária Laércio da Costa Pelegrino, em Bangu 1, onde detentos usam celas individuais. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) abriu sindicância para apurar como o traficante preso em junho de 2013 chefiava a quadrilha atrás das grades.

Em dez meses de investigação, a 65ª DP identificou 49 suspeitos, incluindo 12 mulheres e adolescentes. Nove dos suspeitos foram presos nos últimos meses. Outros dois morreram em confrontos com policiais militares. Na megaoperação de ontem, a Polícia Civil apreendeu R$ 15 mil em dinheiro, dois quilos de cocaína e cinco pistolas — quatro delas estavam na casa da mulher de Alexandre da Silva Costa, o braço direito da quadrilha. Ele foi preso na quinta-feira quando estava com a amante em um motel em São Gonçalo.

Você pode gostar