Rio - Com problemas de corrosão e desgate em peças, armas usadas por policiais do Bope serão adaptadas para continuar na ativa. Uma licitação internacional vai ocorrer, no mês que vem, para comprar 100 kits de conversão de fuzis M16 para para carabinas M15 Law Enforcement. No edital, a Secretaria de Segurança Pública justifica a compra informando que a corrosão, ocasionada pela queima da pólvora, está interferindo “no destrancamento da arma”, quando é feito o disparo, o que pode colocar em risco a vida dos policiais.
Além disso, o órgão alega que a troca vai ajudar nas missões do efetivo durante os Jogos Olímpicos. Os fuzis do Bope têm 12 anos de uso e, segundo o edital, os problemas ocorrem em 78 armas, porque há “corrosão no impulsor do ferrolho e desgaste dos anéis”. No entanto, a compra é para um número maior de armas: cem. A tropa de elite tem cerca de 450 homens.
Questionada sobre o motivo de optar pela adaptação e não pela compra de novos equipamentos para a tropa, a PM informou que não havia esta necessidade, “ uma vez que boa parte dos armamentos está em estado perfeito de utilização”. Explicou, ainda, que decidiu “por substituir somente as peças gastas, estendendo a durabilidade das armas e economizando recursos”. O valor estimado para a aquisição é de R$ 293 mil.
Ex-capitão do Bope e instrutor de tiros da corporação por 13 anos, Paulo Storani considera a iniciativa da mudança com os kits positiva. Segundo ele, além da questão financeira, há um outro aspecto a ser considerado. O M15 é um armamento mais adequado para uso policial. “A portabilidade melhora, o emprego da arma também. Quando se troca apenas as peças, há a economia no gasto e a ampliação da vida útil de armas que estão no uso diário da tropa”.
Segundo a Polícia Militar, apesar das duas armas terem o mesmo calibre, o fuzil modelo M15 tem cano reforçado, o que permite maior durabilidade do armamento.