Por thiago.antunes

Rio - O argentino Marcelo Lartigue, criador e diretor do jornal O Perú Molhado, de Búzios, morreu na manhã desta terça-feira, aos 62 anos. Morador da cidade há mais de 30 anos, Marcelo estava internado desde a semana passada no Hospital Silvestre, no Rio, onde foi submetido a um transplante de fígado. O órgão foi doado por sua filha, Eva Lartigue, de 18 anos. A cirurgia foi bem sucedida, mas na manhã desta terça-feira, o jornalista teve uma parada cardíaca e não resistiu.

Assim que a notícia da morte de Marcelo Lartigue foi confirmada, O Perú Molhado publicou uma nota: “É com muita tristeza que comunicamos o falecimento de nosso editor e fundador Marcelo Lartigue. Toda equipe lamenta profundamente a morte desse grande visionário que deixou em Búzios e na história a sua marca”.

Marcelo morreu aos 62 anos no Rio com parada cardíaca após transplante de fígado doado pela filha EvaDivulgação

A Prefeitura de Búzios também publicou um comunicado lamentando a morte do jornalista: “A cidade de Armação dos Búzios lamenta o falecimento de Marcelo Lartigue, criador e diretor do jornal mais irreverente e um dos mais tradicionais do mundo, o Perú Molhado, que foi fundado em Búzios em 1981. O visionário deixa uma filha de 18 anos, muitos amigos e admiradores, e entra para a história como uma lenda do jornalismo brasileiro”.

Para o amigo e ex-secretário de Turismo de Búzios, Isaac Tillinger, Marcelo e O Perú Molhado eram sinônimos. “Com ele, o jornal sobreviveu a décadas levando uma mensagem de irreverência, que tantos jornais, como o lendário Pasquim, sempre tentaram e não conseguiram”, disse, emocionado.

Fórum de discussões da sociedade

O Perú Molhado foi fundado por Marcelo Lartigue em 23 de fevereiro de 1981. Logo após sua criação, ficou conhecido como o jornal da emancipação de Búzios, transformando-se no fórum das discussões da sociedade sobre o processo emancipatório do município que, até então, era distrito de Cabo Frio, até 12 de 12 de novembro de 1995.

O Perú Molhado tem periodicidade semanal de 10 mil exemplares e é distribuído nas principais bancas do Rio de Janeiro, Cabo Frio, Búzios, Macaé e Rio das Ostras. Conta com correspondentes em Brasília e no Rio. Mesmo se tratando de um jornal de pouca distribuição, fez a cobertura das três últimas Copas do Mundo e as duas últimas Olimpíadas. Considerado o criador do jornal mais irreverente do mundo, Lartigue entra para a história como uma lenda do jornalismo brasileiro.

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