Por thiago.antunes

Rio - A família do adolescente de 12 anos, que teria sido impedido pela diretora de entrar na Escola Municipal Francisco Campos, no Grajaú, por estar usando guias de candomblé, fará um protesto na porta da unidade, na próximo terça-feira. Segundo Rita de Cássia Araújo, mãe do menino, amigos e parentes estarão com as roupas tradicionais da religião. O aluno perdeu dois meses de aula.

X. e sua mãe foram recebidos pelo prefeito Eduardo Paes na terça-feira, quando ele se desculpou, em nome da prefeitura. Mas a família exige que a diretora da escola, acusada por eles de ter proibido a entrada do menino, apresente seu próprio pedido de desculpas. “Paes nos pediu desculpas, mas quem ofendeu meu filho foi a diretora e não o prefeito. Ela deveria ter a sensibilidade de se redimir”, disse Rita de Cássia.

Rita de Cássia, ao lado do filho, que teria sido proibido de entrar na escola usando guias de candombléMaíra Coelho / Agência O Dia

A mãe de X., que foi transferido para a Escola Municipal Panamá, também no Grajaú, mantém a decisão de processar a prefeitura e a diretora, que é esperada no Ministério Público para prestar esclarecimentos sobre o caso. Um processo foi instaurado pelo procurador de Justiça Marcos Mothé, da Coordenadoria de Direitos Humanos do Ministério Público.

A diretora recebeu o apoio de seus subordinados da unidade, que escreveram uma carta aberta. Eles alegam que “em nenhum momento houve desrespeito, desacato ou qualquer tipo de atitude preconceituosa por parte da diretora”. O grupo reforçou ainda que oferece tratamento igualitário aos estudantes, sem distinções de qualquer natureza. Em relatório disponível no site do Tribunal de Contas do Município, a escola, durante vistoria em 2013, foi avaliada como precária, com falta de pessoal e carência de professores.

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