Rio - Cerca de 20 pessoas estiveram reunidas nesta terça-feira, em frente à Escola Municipal Francisco Campos, no Grajaú, na Zona Norte. Eles fizeram uma manifestação contra a intolerância religiosa, que contou com a presença de representantes do candomblé, umbanda, metodista e católicos. O ato aconteceu por conta da proibição do menino X., de 12 anos, de entrar na escola utilizando guias de candomblé.
O ato durou cerca de uma hora e foi acompanhado por duas viaturas da Polícia Militar. Com roupas típicas, o grupo cantou em frente a escola e chamou a atenção das autoridades para a Lei 10639, que fala sobre a inclusão da cultura negra e afro brasileira no currículo escolar. O único momento de tensão foi quando os alunos começaram a deixar o colégio e alguns responsáveis discutiram com os manifestantes, em defesa da direção da escola. Segundo eles, X. não foi proibido de frequentar o local com as guias, mas sim com o boné.
Professores e amigos da diretora distribuíram um manifesto para os pais e responsáveis, com uma nota de repúdio de como o caso vem sendo tratado. Eles afirmam que há testemunhas de que o garoto não foi proibido de frequentar a escola. Marcelo Reis, representante do candomblé e diretor de uma escola, falou sobre o ato:
"A manifestação não é contra a escola e nem contra a professora. Mas sim, contra a intolerância religiosa e que todas as religiões sejam respeitadas, fazendo assim presente o Estado Laico".