Rio - A Operação Urano, deflagrada nesta quinta-feira pela Polícia Civil em conjunto com Subsecretaria de Inteligência (SSINTE) da Secretaria de Estado de Segurança, com apoio do Grupo de Apoio Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público, prendeu 22 pessoas e apreendeu quatro menores, acusados de participarem de ataques às bases das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) no Complexo do Alemão. De acordo com investigações, a quadrilha era responsável por diversos momentos de tensão na região nos últimos meses.
GALERIA: Policiais prendem chefe do tráfico do Alemão em megaoperação
Segundo o delegado Felipe Curi, antigo titular da 45ªDP (Complexo do Alemão) e atualmente na 27ªDP (Vicente de Carvalho), os traficantes mudaram sua estratégia de atuação para dificultar o trabalho da polícia. Os criminosos estavam recrutando menores e pessoas sem mandados de prisão para atrapalhar as investigações. "As prisões eram dificultadas porque o tráfico adotou um método de pegar pessoas que não tinham mandado de prisão ou menores, o que atrapalhava a identificação dos suspeitos", diz.
O delegado afirmou que as manifestações que aconteceram na comunidade nos últimos meses ocorreram por ordem do tráfico de drogas. "As manifestações, assim como os saques em mercados, ataques às UPPs e UPAs, foram ordenadas pelo tráfico de drogas", garante.
O secretário de segurança José Mariano Beltrame esteve na coletiva na Cidade da Polícia, onde aconteceu a apresentação dos presos. Ele elogiou o trabalho feitos pelos agentes durante a operação nesta quinta, no Complexo do Alemão.
"A resposta da polícia para as investidas dos bandidos são feitas de formas civilizadas, com inteligência e dentro da lei. Às vezes não tem a velocidade que a população quer, mas vamos continuar trabalhando assim mesmo". O Subsecretário de Inteligência, Fábio Galvão, destacou que o trabalho foi difícil, pois os traficantes resistentes à pacificação adotaram nova estratégia de sobrevivência como a cooptação de menores de idade e pessoas sem anotações criminais para atuarem na linha de frente, seja vendendo drogas ou atuando como “braço armado”. “O trabalho de integração foi fundamental para o sucesso da ação”.
A operação, que teve início por volta das 5h30 desta quinta, tinha com objetivo cumprir 41 mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão no Complexo do Alemão. Entre os presos, estão Edson Silva de Souza, o Orelha, que seria um dos chefes do tráfico no Morro do Alemão, e Marcos Vinicius da Silva Lira, o Rex, que foi detido pelos agentes dormindo com o namorado e que é apontado como o responsável pelos ataques.
Em escutas telefônicas obtidas com autorização judicial, no dia 27 de abril deste ano, Risodalva Barbosa dos Santos, conhecida como "Paraíba" e esposa do traficante Igor Cristiano Santos De Freitas, o King, diz que "já está com mais de 50 pessoas reunidas esperando a ordem do gerente-geral". Em seguida, o criminoso determina que toda quebrassem toda a base da UPP do Complexo do Alemão e que ainda ateassem fogo nela.
