Por tabata.uchoa

Rio - A chuva não tirou o brilho da 7ª Caminhada Pela Liberdade Religiosa, que aconteceu na manhã de ontem na Praia de Copacabana. Um pequeno incidente, causado por um homem que se deitou embaixo do trio elétrico e precisou ser retirado por um bombeiro, também não atrapalhou a festa, que durou cerca de cinco horas. De acordo com a organização do evento, cerca de mil pessoas, representantes de diversos credos, se reuniram para pedir paz.

Veja mais fotos da 7ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa

Caminhada reuniu cerca de mil pessoas em CopacabanaCacau Fernandes / Agência O Dia

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Ideli Salvatti, compareceu à concentração no Posto 6, ponto de partida da caminhada que seguiu até a altura do Lido. “É importante demonstrar de forma clara que religião é a cultura da paz, do amor. A gente precisa atuar cada vez mais para eliminar a intolerância religiosa, e é importante mostrar que não existe guerra religiosa e, sim, guerra de poder. A diversidade deve conviver de forma harmoniosa, mas, infelizmente, nos últimos quatro anos, recebemos 500 denúncias de casos de violação pelo disque 100”, diz a ministra.

Com o slogan ‘caminhando a gente se entende’, o evento reuniu representantes da umbanda, do candomblé, espíritas, budistas, judeus, muçulmanos, entre outros. Adepta do candomblé, Inês Teixeira, que é superintendente de Promoção da Igualdade Racial do Município de Nilópolis, já sentiu o preconceito na pele.

Caminhada contra a intolerância religiosa aconteceu na orla de Copacabana neste sábadoCacau Fernandes / Agência O Dia

“Muitas vezes me disseram que a minha religião faz o mal. Essa discriminação deixa marcas profundas. Todos devem ter o direito de professar a sua fé”, afirma.

Toja dos Reis é a prova de que as religões podem conviver de forma harmoniosa. O bailarino e artista plástico é, ao mesmo tempo, católico e seguidor de religião de matriz africana. “Vou à missa e aprecio o candomblé. O importante é ter fé”, acredita.

O judeu Jaime Salomão engrossa o coro. “É importante o convívio entre pessoas de todas as religiões, só o diálogo vence o radicalismo”, afirma.


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