Por paulo.gomes

Rio - Policiais civis e agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público realizam uma operação nesta terça-feira para desmantelar uma quadrilha que atua na compra ilegal de vale-transporte e vale-alimentação. O objetivo é cumprir 17 mandados de prisão e até o momento 11 suspeitos que atuam nos municípios do Rio, Nova Iguaçu, Duque de Caxias e Nilópolis foram presos. Dentre eles, uma mulher grávida. 

Segundo a denúncia do MP, os suspeitos abordavam trabalhadores em locais de grande circulação oferecendo dinheiro em troca dos vales. Além de estar realizando um crime contra a economia popular, a quadrilha promovia a lavagem do dinheiro ilícito, realizando depósitos em suas contas bancárias ou aplicando os recursos em pequenas empresas criadas para ocultar a origem do dinheiro. As investigações ocorriam há dois anos. 

Quadrilha agia na venda ilegal de vale-transportes. Ágio cobrado era de 50%Sandro Vox / Agência O Dia

De acordo com a delegada Carolina Salomão, 96 contas correntes foram bloqueadas na lavagem de dinheiro, segundo ela, a quadrilha cobrava uma taxa de 50% sobre o valor do vale-transporte. "A pessoa que vende seu saldo é uma vítima, quem vende por esse valor irrisório (50%) é mais por necessidade", afirmou. 

Foram interditados seis estabelecimentos comerciais, de um total de 15 utilizados pelo grupo para a prática criminosa. Nove empresas não existiam fisicamente. Os agentes investigam também uma possível participação de empresas de ônibus no esquema de venda ilegal dos vales. 

O maior grupo atuava no município de Nilópolis e era comandado por Daguiberto Dias de Oliveira. A quadrilha, de acordo com o MP, criou pequenas lanchonetes, bazares e restaurantes, que chegaram a movimentar mais de R$ 36,5 milhões no período de 2010 a 2012. Em Duque de Caxias, Jorge Wagner Budakian Aramian e, sua companheira, Emilce Gomes Martins, lideravam as ações criminosas. Já em Nova Iguaçu, agiam dois grupos, um deles era encabeçado por Felipe Macário da Silva e outro, por André Luiz Augusto Ermida e Jorge Luiz Pereira de Souza.

Os acusados responderão por crime contra a economia popular, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

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