Rio - O comandante-geral da Polícia Militar, coronel José Luis Castro, está, neste momento, reunido no Palácio Guanabara com o governador Luiz Fernando Pezão e o chefe do Estado-Maior Operacional, Paulo Henrique Moraes. Em meio à crise de estar sendo investigado pelo Ministério Público, em entrevista ao DIA, Castro garantiu que continua à frente da tropa. "É mentira que tenha pedido exoneração do cargo", afirmou.
MP pediu investigação
O Ministério Público do Rio de Janeiro confirmou nesta terça-feira que pedirá que a Corregedoria Geral Unificada (CGU) das polícias investigue o atual comandante-geral da Polícia Militar, coronel José Luís Castro Menezes. A decisão saiu após a denúncia de um PM preso na Operação Amigos S/A, onde ele afirma ter ouvido de dois oficiais detidos na operação que todos os batalhões eram obrigados a pagar R$ 15 mil ao Estado-Maior da PM.
O objetivo é investigar o aumento de patrimônio do coronel da PM. O autor da acusação foi colocado em liberdade, em troca da delação premiada. O PM declarou que “essa informação sobre o repasse de propina para o Estado-Maior da Polícia Militar e para o próprio batalhão (na época o 41º BPM) já lhe foi dita pelo major Edson e pelo major Neto, de maneira reservada”.
Em nota, a Secretaria de Segurança informou que a A CGU ainda não recebeu o pedido do Ministério Público, até a tarde desta terça-feira. Também de acordo com a secretaria, a corporação tem "total interesse em atribuir a culpa a quem realmente a tiver". A PM comentou, em documento oficial, que o período citado no documento do MP “não se refere à atual gestão do comando-geral da corporação”. Segundo o texto, o comandante Luís Castro Menezes se diz indignado e vai apurar a “denúncia”.
No dia 17 de setembro, o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, assegurou que não faria nenhuma alteração no comando geral da Polícia Militar. Na ocasião, o coronel José Luís Castro Menezes disse que ficará no cargo até a segunda ordem. "Estou a vontade no cargo. Ficarei até o dia que eu for designado para essa função", disse.
Deflagrada no dia 15 de setembro, a Operação Amigos S/A, realizada pela Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança (Seseg), com apoio do Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (Gaeco), prendeu 25 pessoas (dessas, 24 PMs) envolvidas em um esquema de corrupção. A quadrilha recebia propina de comerciantes, transporte irregular e dos promotores de eventos na região de Bangu e nos arredores.
Propinas financiavam até festas de oficiais em Bangu
Festas, bebidas e até frigobar. A propina arrecadada pelos PMs também era usada para bancar todos esses ‘agrados’ dos praças aos seus superiores oficiais, na época lotados no 14ºBPM (Bangu). Em troca, os subordinados garantiam sua permanência no lucrativo e ilegal esquema. Entre os presos está o coronel Alexandre Fontenelle, ex-chefe do Comando de Operações Especiais (COE).
Nas investigações, a polícia descobriu que o dinheiro servia para favores de todo tipo aos chefes: da compra de carregador de celular até o pagamento de R$ 100 pelo reboque do carro do capitão Rodrigo Leitão da Silva, levado de Jacarepaguá para Padre Miguel.