Por thiago.antunes

Rio - Entre os presos durante a Operação Gênesis, que ocorreu na manhã desta segunda-feira na Favela da Rocinha, estava um cadeirante que, segundo a 11ª DP (Rocinha), que coordenou as investigações, gerenciava as bocas de fumo em partes da comunidade e também na Cruzada de São Sebastião, no Leblon. De acordo com os agentes, os bandidos passaram a recrutar pessoas sem antecedentes criminais para não levantar suspeitas.

Pela manhã, logo na chegada dos agentes ao local, houve tiroteio e um helicóptero da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), que dava apoio à operação, foi atingido na hélice e teve de retornar à base para reparos. De acordo com o delegado titular, Gabriel Ferrando, o trabalho começou há oito meses e a polícia obteve 51 mandados de prisão. Além dos seis detidos nesta segunda-feira, 14 pessoas já tinham sido presas ao longo da apuração.

Cadeirante gerenciava bocas de fumo na Rocinha e na Cruzada São SebastiãoFoto%3A Severino Silva / Agência O Dia

Ferrando disse que o paraplégico Nei Max Santos Félix recebia ordens de Carlos Rodrigues Eduardo, conhecido como 2D e preso em abril deste ano. Para transitar pela comunidade, ele utilizava os mototáxis e também era responsável pelo “delivery”, serviço em que as drogas eram entregues diretamente para o comprador.

Ainda segundo Ferrando, a quadrilha da Rocinha possui um líder, que seria Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, ligado ao antigo chefe do tráfico, Antônio Bonfim Lopes, o Nem, preso pouco antes da ocupação da polícia em 2011. Outra alteração na forma de atuar dos traficantes seria que as bocas de fumo passaram a ser itinerantes. “Inclusive os locais de endolação (embalagem) das drogas são desfeitos para não deixar suspeitas”, disse Ferrando, acrescentando que a Rocinha deixou de ser a maior fornecedora de drogas do Rio para ser um mercado varejista.

Por conta da operação, duas unidades da rede municipal de ensino, ficaram sem atendimento. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, 1.044 alunos estão sem aulas. Já as escolas da rede estadual, segundo informações da Secretaria de Estado de Educação, estão funcionando normalmente.

Cerca de 120 com policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e de outras especializadas da ação. Houve confronto entre bandidos e policiais na localidade conhecida como Rua 2 e um helicóptero blindado da polícia acabou sendo atingido na hélice e já passa por manutenção.

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