Por thiago.antunes

Rio - O governo do estado estuda a possibilidade de desapropriação de um hospital particular, construído e equipado há três anos, mas que nunca funcionou, para torná-lo público, em Piratininga, Niterói. A Assembleia Legislativa do Estado (Alerj) aprovou a indicação dos deputados estaduais Felipe Peixoto (PDT) e Paulo Ramos (Psol), que solicitaram ao governador Luiz Fernando Pezão a declaração de utilidade pública para fins de desapropriação do imóvel de número 388 da Avenida Raul de Oliveira Rodrigues, avaliado em R$ 42 milhões, e de outras três edificações no entorno do endereço.

Lateral do Hospital Oceânico. Unidade%2C que tem 100 leitos%2C está fechada há três anosLuiz Barros / Divulgação

Enquanto isso, de forma inusitada, a venda do hospital chama a atenção nos principais sites de compra e venda de imóveis na internet, onde até um vídeo em inglês faz propaganda da unidade. Batizado de Hospital Oceânico, o imóvel tem cinco andares e quase 4,5 mil metros quadrados de área construída. Segundo Ricardo Esteves, um dos corretores que anunciam a venda online do empreendimento, o único dos três sócios que entendia do ramo de saúde morreu, e, então, os demais parceiros e a viúva decidiram colocá-lo à venda. “Há também uma negociação com uma empresa de seguro-saúde”, comentou.

“É inadmissível ver o abandono de um hospital com uma megaestrutura de salas de Raio-X e cerca de 100 leitos, enquanto a população está totalmente carente de atendimento médico. A região tem 100 mil moradores fixos e registra um crescimento anual de 12%, com um aumento considerável no verão e férias escolares, por conta de suas belas praias”, diz Peixoto, explicando que para entrar em funcionamento só faltam um setor de emergência e um ambulatório.

Equipamentos correm risco de deteriorizaçãoLuiz Barros / Divulgação

Paulo Ramos, por sua vez, disse que espera uma “boa notícia” do governo do estado em breve. “Niterói é muito carente de hospitais, especialmente na Região Oceânica. Casos emergenciais têm que ser encaminhados ao já superlotado Hospital Estadual Azevedo Lima, localizado a mais de dez quilômetros. Ou seja, muitas vezes a distância e o tempo de deslocamento podem ser fatais para pacientes”, justifica.

Estrutura de saúde é precária

Os moradores de Piratininga também estão esperançosos em ganhar um hospital público. “Dá pena ver uma estrutura dessas fechada, enquanto tanta gente precisa de socorro médico na região”, afirmou o auxiliar de escritório João Batista de Silva, de 45 anos, que mora em Piratininga há mais de 20 anos com a família. 

“A área de saúde sempre foi precária por aqui. Sofremos muito quando precisamos de emergência. Nossaesperança é este hospital. Tomara que haja bom senso e acordo entre os empresários e o governo”, disse a professora Camila Ferreira, 35.

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