Por paulo.gomes

Rio - O jovem Marcus Vinícius Soares Heleno, de 17 anos, morto no último sábado durante confronto entre policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Nova Brasília e traficantes, no Complexo do Alemão, foi sepultado no início da tarde desta segunda-feira, no Cemitério de Inhaúma, na Zona Norte. Cerca de 50 pessoas, entre elas crianças com camisas brancas escrito "paz", compareceram ao local e o clima ficou um pouco tenso com a presença de alguns PMs no interior do cemitério.

Marcus Vinícius Soares Heleno%2C de 17 anos%2C foi sepultado no início desta segunda-feira. Ele morreu no último sábado durante tiroteio entre PMs e traficantes no AlemãoEstefan Radovicz / Agência O Dia

Marinete Martins, tia de Marcus Vinícius, desabafou antes do sepultamento do jovem. "Meu sobrinho era estudante. Vários amigos dele da escola estão aqui. A maioria das pessoas não quer falar porque está com medo. Eu não tenho medo de nada, não devo nada a ninguém. O que eles (policiais) fizeram foi muita covardia. Chegam na comunidade, dando tapa na cara", diz.

Perícia dirá se adolescente participou de tiroteio

Segundo os policiais, uma pistola de fabricação tcheca, calibre 9mm, foi encontrada ao lado do menor na tarde do último sábado, próximo à Praça do Terço, na Nova Brasília. PMs envolvidos no confronto prestaram depoimento na 22ª DP(Penha). A polícia agora aguarda o resultado da perícia realizada na pistola e nas armas dos PMs, que foram apreendidas. O exame vai detectar se havia vestígios de pólvora na mão do adolescente.

A família ficou indignada com a declaração da polícia de que o rapaz seria suspeito de envolvimento com o tráfico. Segundo parentes e amigos, ele ajudava a transportar a mudança de uma moradora quando foi baleado.

“Algumas pessoas disseram que viram um policial colocando a arma lá para dizer que ele era bandido. Uma moradora relatou ainda que viu um policial atirar na barriga do Marquinhos depois que ele foi atingido no testículo”, denunciou ao DIA um amigo da família. Uma prima do menor disse que o Samu demorou quase uma hora para chegar: “Ele ficou por muito tempo gritando meu nome. Quando o socorro chegou, já estava inconsciente”. Os Bombeiros informaram que receberam solicitação de socorro às 13h41 e que uma ambulância foi acionada às 13h50.

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