Por thiago.antunes

Rio - O policial militar Jeferson Baquer de Souza, negou ter feito uma postagem irônica em relação à morte do jovem Marcos Vinícius Heleno, 17 anos, baleado na Favela Nova Brasília durante confronto entre PMs e suspeitos de tráfico no local, que fica no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, no último sábado. Em nota, a Polícia Militar informou que Jeferson relatou, em depoimento à Corregedoria da corporação, "ter sua conta pessoal em redes sociais invadida outras vezes”.

PM ironizou morte de jovem%2C baleado no Alemão. Comentário foi apagado em seguidaReprodução Internet

De acordo com a assessoria da PM, Jeferson trabalha administrativamente. De acordo com o documento,“ a publicação não representa de forma alguma a orientação da corporação aos seus integrantes”. A mensagem de Jeferson, postada em uma página criada para homenagear Marcos Vinícius, dizia: "Acorda diabo, carne fresca chegou. Kkkk". Após ser rechaçado por amigos do adolescente, a mensagem do policial militar foi deletada.

Enterro sob clima de tensão

Cerca de 50 pessoas, entre elas crianças com camisas brancas escrito "paz", compareceram ao Cemitério de Inhaúma, Zona Norte do Rio, e o clima ficou um pouco tenso com a presença de alguns PMs no interior do cemitério.

Marinete Martins, tia de Marcus Vinícius, desabafou antes do sepultamento do jovem. "Meu sobrinho era estudante. Vários amigos dele da escola estão aqui. A maioria das pessoas não quer falar porque está com medo. Eu não tenho medo de nada, não devo nada a ninguém. O que eles (policiais) fizeram foi muita covardia. Chegam na comunidade, dando tapa na cara", diz.

Perícia dirá se adolescente participou de tiroteio

Segundo os policiais, uma pistola de fabricação tcheca, calibre 9mm, foi encontrada ao lado do menor na tarde do último sábado, próximo à Praça do Terço, na Nova Brasília. PMs envolvidos no confronto prestaram depoimento na 22ª DP(Penha). A polícia agora aguarda o resultado da perícia realizada na pistola e nas armas dos PMs, que foram apreendidas. O exame vai detectar se havia vestígios de pólvora na mão do adolescente.

A família ficou indignada com a declaração da polícia de que o rapaz seria suspeito de envolvimento com o tráfico. Segundo parentes e amigos, ele ajudava a transportar a mudança de uma moradora quando foi baleado.

“Algumas pessoas disseram que viram um policial colocando a arma lá para dizer que ele era bandido. Uma moradora relatou ainda que viu um policial atirar na barriga do Marquinhos depois que ele foi atingido no testículo”, denunciou ao DIA um amigo da família. Uma prima do menor disse que o Samu demorou quase uma hora para chegar: “Ele ficou por muito tempo gritando meu nome. Quando o socorro chegou, já estava inconsciente”. Os Bombeiros informaram que receberam solicitação de socorro às 13h41 e que uma ambulância foi acionada às 13h50.

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